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Sem fronteiras entre o erudito e o popular

Com mais de três décadas de carreira, ele chegou a acompanhar Elis Regina nas primeiras apresentações da pimentinha na Europa. Para esta edição, o convidado especial é o sambista Diogo Nogueira.

Operação da Polícia CivilOperação da Polícia Civil - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

 

Neste domingo, o Parque Do­na Lindu, em Boa Viagem, recebe concerto gratuito do projeto “100 Anos de Sam­ba”, da Orquestra Arte Viva, sob a batuta do maestro Amilson Godoy. Com mais de três décadas de carreira, ele chegou a acompanhar Elis Regina nas primeiras apresentações da pimentinha na Europa. Para esta edição, o convidado especial é o sambista Diogo Nogueira.

Sobre a dinâmica do concer­to, o maestro Amilson a­di­an­ta: “Começamos só com a orquestra, vamos passear pe­lo cancioneiro nacional, tocan­do Ary Barroso, Luiz Gonza­ga, e também temos uma ho­menagem ao Renato Rus­so. Quando o Diogo entra, in­terpretamos cerca de 12 can­ções do repertório dele”. O mo­te do projeto, segundo o maestro é “levar a o requinte da música erudita à música mais popular. Trabalhar bastan­te a questão da musicalidade”.

Há mais de 20 anos à frente da Orquestra, Amilson também opina sobre o cenário para conjuntos sinfônicos no país: “Há uma disparidade grande em relação ao exterior. Lá, por exemplo, a música é ensinada às crianças desde a escola. É uma coisa maravilhosa. Aqui no Brasil temos iniciativas isoladas. É preciso aumentar o número de orquestras para agregar esses novos talentos. A música tem um poder de transformação muito forte”.

A questão é reiterada pelo maestro Nenéu Liberalquino, há 14 anos à frente da Banda Sinfônica do Recife. Ele, no entanto, destaca o protagonismo do Recife no cenário: “É uma das poucas cidades com o privilégio de ter tanto uma orquestra quanto uma banda sinfônica atrelada à prefeitura”.

O conjunto se apresenta sempre uma vez por mês no Teatro de Santa Isabel, de forma gratuita, com públicos variados. Tanto Nenéu como Amilson concordam que para que se haja a formação de um novo público, é necessário tempo e reinvenção de repertório.

“Nós incorporamos temas de filmes, por exemplo, que é al­go que está ligado ao universo jovem”, explica Amilson. O concerto no Dona Lin­du tem início às 19h de domingo.

 

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