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Show dos Rolling Stones em Cuba é exibido em 65 cinemas do país

O repertório matador da turnê sul-americana que precedeu a ida a Cuba foi reduzido para 18 músicas

O Dia DepoisO Dia Depois - Foto: Internet / Reprodução

O show histórico que os Rolling Stones apresentaram em Cuba, em 25 de março último, ganhou um registro no documentário "Havana Moon". O filme-concerto chega ao público brasileiro de modo peculiar: será exibido nesta quinta (6), em 65 cinemas do país, mas as sessões se restringem a um único dia.

Quem não se deslocar a uma das salas agora só terá chance de ver a performance daqui a dois meses, quando "Havana Moon" terá distribuição mundial em DVD e Blu-ray (uma exceção: o Festival do Rio exibe o filme em 8, 13 e 16/10). A mesma estratégia de lançamento se repete em vários países.

Para quem compareceu a um dos quatro shows dos Stones no Brasil, em fevereiro, boas recordações são despertadas quando se vê a banda no palco montado na Ciudad Deportiva de Havana. O nome pomposo não combina com o lugar: uma área gigantesca que reúne quadras esportivas de várias modalidades em diferentes estágios de decadência.

Ali, a produção da banda inglesa usou apenas o enorme espaço. O esforço parece recompensado quando as cenas do documentário mostram um mar de gente assistindo ao show. As contagens mais generosas apontam 1,2 milhão de pessoas. No palco, não há mais o que dizer sobre os Stones. O maior espetáculo de rock da Terra acaba ainda mais majestoso com o ótimo trabalho de mais de 20 câmeras.

Uma edição esperta mostra níveis de alegria incontida, tanto dos músicos britânicos como do público ensandecido. O repertório matador da turnê sul-americana que precedeu a ida a Cuba foi reduzido para 18 músicas. No documentário, quatro delas foram cortadas: "Tumbling Dice", "All Down the Line", "Before They Make Me Run" e "Miss You". Isso deixou o filme dentro de razoáveis 116 minutos, entre ação no palco, imagens de Havana e entrevistas com os integrantes da banda.

A conversa com Charlie Watts, Mick Jagger, Ronnie Wood e Keith Richards, no início do filme, é bem engraçada. Jagger conserva certa formalidade, tem o peso de porta-voz da banda. Wood e Richards estão lá para as tiradas espirituosas, injetando humor. E Charlie Watts responde pelos melhores momentos da conversa. Ele confessa sua estupefação diante do estado dos edifícios da capital cubana, alguns quase em ruínas, mostrados em detalhes pela filmagem. "Não imaginava que eles fossem tão bonitos e estivessem tão destruídos."

Watts conta que, na noite anterior, eles assistiram a um grupo musical local. "Muito bom, um show só com percussão e cantos. Acho que é assim que a música deve ser, apenas bateria e voz", brinca o baterista, trocando sorriso cúmplice com Jagger.
Sorrisos não faltam nos closes que a edição de imagens busca durante a apresentação. A plateia está evidentemente extasiada. Difícil saber quem está mais feliz, o público ou a banda.


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