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"Sintonia": quarta temporada confronta seus protagonistas com situações-limite; confira entrevista

Produção idealizada por KondZilla é a série brasileira mais vista na Netflix

Nando, Rita e Doni vivem jornadas próprias nos novos episódios de "Sintonia"Nando, Rita e Doni vivem jornadas próprias nos novos episódios de "Sintonia" - Foto: Helena Yoshioka/Netflix

“Sintonia” chegou à Netflix em 2019, com a chancela de ser uma obra idealizada por KondZilla, maior produtor audiovisual de funk do Brasil. Com seu retrato único da periferia de São Paulo, conseguiu cativar o público e tornar-se a série nacional mais vista na plataforma. A quarta temporada da produção estreia nesta terça-feira (25) e, no que depender do entusiasmo do seu trio de protagonistas, essa não deve ser uma despedida.

“A gente sempre tem aquela esperança de mais uma temporada. Acho que nos apegamos muito aos personagens e é uma honra dar voz a essa parcela da população que eles representam”, afirma Bruna Mascarenhas. Ao lado dos colegas Christian Malheiros e Jottapê, a atriz conversou com a imprensa sobre os rumos da série nesta nova leva de oito episódios.

Na trama, o público acompanha as repercussões do tiroteio que serviu como desfecho para a temporada anterior. Para escapar da polícia, o traficante Nando (Christian) precisa se afastar dos amigos e da família, enquanto sua esposa encara a prisão. Já o funkeiro Doni (Jottapê) tenta retomar a carreira depois de ficar gravemente ferido. Longe da igreja, Rita (Bruna) agora se dedica à faculdade de direito e passa a conviver com uma realidade diferente da sua.
 

Depois de vivenciarem um momento traumático, os três passam por um período de afastamento, encarando seus próprios dilemas. Para os atores, o distanciamento não significa um rompimento na relação dos personagens. “Eles não estão colocando em dúvida se continuam sendo amigos ou não. Eu acho que o que está em questão é o risco que essa proximidade traz agora”, explica Christian.

Jottapê, que fora da série também mantém uma carreira como cantor, buscou trazer para a construção do seu personagem um pouco da própria experiência. “Eu imaginei como seria se acontecesse comigo na vida real. No funk, a cada dia está aparecendo um MC novo. Se, por algum motivo, a gente acaba dando uma pausa, tem que trabalhar dobrado para voltar à cena. É algo que me afetaria muito”, considerou.

No caso de Cristian, o desafio foi lidar com mais cenas de ação e uma agravo na agressividade do seu personagem, que vive uma situação-limite. “Eu tento sempre humanizar muito os meus personagens, o que não quer dizer torná-los bonzinhos, mas sim com dilemas e conflitos. A raiva que o Nando sente é genuína. Todo mundo faria as coisas que ele fez ou pior, se mexessem com a sua família”, pondera.

Bruna aponta que, mesmo vivendo um momento menos dramático do que os de seus amigos, sua personagem também sofre alguns percalços na série. “Pela primeira vez, a Rita está conseguindo encontrar o caminho dela. Ela está feliz, mas ainda sim eu a vejo nesta temporada sendo uma fortaleza para outras pessoas. Então, há também um esgotamento por causa dessa responsabilidade afetiva que ela carrega”, explica.

Depois de quatro anos trabalhando na série, os atores afirmam terem criado laços semelhantes aos dos seus personagens. “A gente passa por muitas coisas em um set de filmagens. Tem de tudo, mas a gente nunca alimentou rixa. Havia um trabalho que a gente queria muito fazer e, então, nos apoiamos muito para isso”, comentou Christian, que credita à representatividade como um dos segredos do sucesso de “Sintonia”. “As pessoas se enxergam na tela, se reconhecem nas histórias. Esse é um ponto muito positivo, que fez a gente ir conquistando cada vez mais o público”, disse. 

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