SP: Império e Tatuapé brilham em 1ª noite de desfiles
Campeãs dos últimos três anos, as escolas mostraram novamente favoritismo. Desfiles seguem neste sábado (2)
As duas últimas campeãs do Carnaval paulista foram os destaques do primeiro dia de desfiles deste ano, que teve início na noite desta sexta-feira (1º), no Anhembi. A Império de Casa Verde, vencedora em 2016, levou à avenida um enredo previsível sobre o cinema, mas que foi bem recebido pelo público. Cada uma das alas era coreografada e trouxe referências a um clássico do cinema, deixando o desfile divertido e fácil de entender.
Como tem sido marca nos últimos anos, a escola trouxe os maiores carros alegóricos do Carnaval paulista. Somente o abre alas tinha cerca de 90 metros de comprimento. O destaque, porém, foi o último carro da escola, com o nome de "O Império Contra Ataca". Ele fazia referência à saga Star Wars e era ainda um trocadilho com o nome da agremiação e um aviso de que a escola veio este ano para vencer. A escola ia bem até o fim de seu desfile, quando teve de correr para não estourar o limite de tempo previsto, o que deve gerar perda de pontos.
Já a Acadêmicos do Tatuapé, atual bicampeã, abusou do luxo em suas fantasias, com penas e plumas, para contar a história de guerreiros históricos e do cotidiano. O abre-alas lançou papel laminado por toda a extensão da avenida, fazendo com que a enorme escultura de São Jorge ficasse sempre envolta numa nuvem brilhante. O samba fácil embalou a escola que seguiu sem grandes falhas. A bateria usou do recurso de paradinhas e paradonas varias vezes ao longo do desfile, fazendo com que em determinados momentos apenas a voz dos integrantes da escola fosse ouvida no Anhembi.
Leia também:
Escolas da Série A abrem desfiles no Sambódromo do Rio
MP pede interdição do Sambódromo
A Mancha Verde, que tem ido bem nos últimos Carnavais, mas ainda não foi campeã, também desfilou bem e é outra que pode entrar na disputa pelo título. Suas fantasias eram ricas em detalhes e os carros alegóricos bem acabados. A escola contou a história de a princesa africana Aqualtune, que foi escravizada e levada ao Brasil. Por meio da trajetória da avó de Zumbi dos Palmares, a Mancha propôs discussão sobre a força da população negra, preconceito racial e intolerância religiosa. Maracatu, orixás e escravidão compuseram momentos diferentes do desfile concebido pelo afamado carnavalesco Jorge de Freitas.
O tema da força da cultura negra e de sua resistência diante do preconceito e da violência marcou o primeiro dia do Grupo Especial, tendo aparecido, além do desfile de Mancha, na Acadêmicos do Tucuruvi, Acadêmicos do Tatuapé e X-9 Paulistana, que fez um desfile modesto e com problemas, mas foi o que mais emocionou o público presente. A escola decidiu homenagear o sambista Arlindo Cruz, de 60 anos, em sua apresentação.
No entanto, até o fim da tarde de sexta-feira (1º) não se sabia se ele poderia comparecer. Arlindo teve um AVC há dois anos, encontra-se bastante debilitado desde então e abandonou aparições públicas. O sambista, contudo, apareceu em uma cadeira de rodas sobre o último carro alegórico do desfile da X-9, surpreendendo a muitos. Gritos de "Força, Arlindo", palmas e muito choro tomaram conta do sambódromo.
O primeiro dia foi encerrado com a Tom Maior com um enredo confuso sobre a história do pensamento, mas bonito, aproveitando a luz da manhã de sábado (2). Na noite deste sábado, desfilarão, a partir das 22h30, Águia de Ouro, Dragões da Real, Mocidade Alegre, Vai-Vai, Rosas de Ouro, Vila Maria, Gaviões da Fiel.
Veja também

Luto
Morre Victor Moreira, figurinista e cenógrafo da Paixão de Cristo
