Música

Tambores da Oxum lança a música 'Vidas Negras Importam' contra o racismo

Grupo foi formado em 2002, estava em pausa, mas retornou com mensagem política na música

Jeane Siqueira, compositora da música, e integrante do grupoJeane Siqueira, compositora da música, e integrante do grupo - Foto: Divulgação

Há quase dois meses, movimentos do mundo todo gritam que “Vidas Negras Importam”, em uma luta marcada a partir da morte de George Floyd, homem negro assassinado nos Estados Unidos no fim de maio. Contudo, o antirracismo também está na música, que cumpre seu papel político através de vozes de artistas novatos e consagrados, localmente e mundialmente, em gêneros diversos. É com este papel que o grupo Tambores da Oxum lançou a música “Vidas Negras Importam”, como um protesto ao racismo (veja a gravação no vídeo abaixo).


“Compus a música ‘Vidas Negras Importam’ porque a arte tem o poder mágico de emocionar e transmutar a mesquinhez de muitas almas que não compreendem a fraternidade e o direito à liberdade de sermos o que desejamos ser. Espero que ela seja mais uma gota d'água no rio caudaloso que se forma e cada vez mais se fortalece rumo ao mar de Amor que fatalmente nos espera. Quero que os meus versos ajudem a quebrar as correntes do orgulho e do egoísmo. Essas correntes prendem negros e brancos. Que possamos todos nos abraçar e reconhecer que a cor está na pele que nos veste, mas não impede que a magia do amor nos envolva.”, enfatiza a cantora, compositora, professora e escritora Jeane Siqueira.


O grupo, que é formado por músicos ligados à Umbanda e ao Candomblé, nasceu em 2002, sob o nome de “Banda Afro Oxum Pandá”. “Como banda, tínhamos mais liberdade de expressar a mensagem que trago dos Quilombos do Além (onde se reúnem os negros em Aruanda). Minha música não é religiosa. Ela fala da dor, das lágrimas, das injustiças e crueldade que marcaram a vida do povo negro. Fala também de Amor, de fraternidade, do fim do preconceito, dos sagrados Orixás, da luta por respeito e justiça social”, explica Jeane, que também é poetisa e contadora de histórias.


Assim como o nome, músicos também foram trocados ao longo do tempo. Também houve uma pausa no grupo, mas a musicista conta que está preparada para o retorno. “No entanto, está na hora de voltar. Tenho umas 400 músicas. Não podem continuar engavetadas. Hora de libertar a poesia que traz a magia de Aruanda. Estamos nos preparando e nos reorganizando para voltar aos palcos”, enfatiza Jeane Siqueira, que também compôs as músicas "Não há silêncio", "Princesa Negra", "Rosas pra Iemanjá", "Se não for com você", "Festa Nagô", "Cidade Linda” e "Anastácia".

 

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