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Temática da viagem do tempo instiga arte e ciência

Temática permite fazer deslocamentos - literalmente - aleatórios

Planeta dos MacacosPlaneta dos Macacos - Foto: Reprodução/IMDB

Inspirados na literatura, muitos cineastas já criaram filmes e séries cujos roteiros incluem viagens no tempo. Para o pesquisador de cinema e professor da Universidade Católica de Pernambuco Alexandre Figueirôa, essa temática permite fazer deslocamentos - literalmente - aleatórios. “É uma forma de brincar com a história, e isso é atraente”, explica o crítico.

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Ele lembra da série “O Túnel do Tempo”, que fez 50 anos em 2016. “Era um experimento científico; só que dava problema e os personagens pulavam as eras e sempre caíam em momentos cruciais da História”, recorda. Para ele, viajar no tempo nada mais é do que um desejo de eternidade, “uma coisa mística - você pode se deslocar, estar eternamente em todos os lugares”, opina.

Na teoria da relatividade, há uma interação entre matéria e fluxo do tempo, como explica o professor do Departamento de Física da UFPE, Bruno Carneiro da Cunha. “Ambos os elementos variam de acordo com a relação que o indivíduo tem com o universo”, diz. De acordo com Bruno, em tese, é possível viajar no universo cientificamente. “Isso ocorre com os satélites que ficam ao redor da terra controlando o GPS, por exemplo. O tempo para eles passa mais devagar do que o nosso. Portanto, viajar para o futuro é algo factível”, declara o cientista.

O problema, segundo ele, é fazer o relógio voltar atrás. “É possível adiantar ou atrasar o tempo. Mas não mudar de direção. Para isso, seria preciso ter elementos como massa negativa e uma grande parte do universo se comportando de uma forma muito estranha”, avisa Bruno.

Tecnologicamente, porém, é muito difícil fazer o ser humano se deslocar no tempo. “Requer a energia de todo o planeta e um pouco mais para acelerar uma única pessoa. Não temos como fazer isso por enquanto”, diz o físico.

No cinema

"A Máquina do Tempo" (2002) -
Adaptação do livro de H. G. Wells, daquelas que a versão escrita é melhor do que a audiovisual, sobre um cientista que cria uma máquina que viaja através do tempo e se aventura pelo passado e pelo futuro.

"Planeta dos Macacos" (1968) - Astronautas vão parar em um futuro onde os macacos dominam os seres humanos, tratados como animais

"O exterminador do futuro (1985) - Um robô de 2029 viaja para o passado para matar a mãe do homem que lutará contra o holocausto nuclear que se instala na terra.

Trilogia "De volta para o futuro" (1985, 1989 e 1990) - O jovem Marty McFly viaja no tempo a bordo da DeLorean, e termina por interferir no passado dos seus pais - no primeiro filme - e no futuro da sua família, que se passa em 2015 - na segunda obra. Na última, McFly vai ao Velho Oeste de 1885.

"Donnie Darko" (2001) - Uma noite, em um subúrbio norte-americano, no fim dos anos 80, Donald Darko, um garoto perturbado, é acordado por um um coelho gigante chamado Frank, que o leva até um campo de golfe, onde ele passa a noite. Quando acorda, Donnie descobre que uma turbina de avião caiu exatamente na sua cama e que o mundo vai acabar em 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos. Pesquisando sobre viagem no tempo, Donnie tira dúvidas com um professor, que explica o tema usando obras como "Uma Breve História do Tempo", de Stephen Hawking, viagens mais rápidas que a luz e buracos de minhoca. Então, o professor dá a Donnie uma cópia do livro fictício "Filosofia da Viagem no Tempo", escrito por Roberta Sparrow, uma vizinha idosa de Donnie. Ele começa a ler o livro e vê que muitas das coisas que está vivendo são descritas em alguns dos capítulos.

"Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban (2004) - Hermione ganha um colar vira-tempo, que a faz viajar no tempo para conseguir assistir a todas as aulas de bruxaria.

"Meia Noite em Paris" (2010) - O protagonista viaja do século 21 para a década de 1920, período que ele imagina ser o melhor já vivido pela humanidade. O mesmo não acha uma mulher daquela década por quem ele se apaixona. Ela prefere a Belle Époque. Eis que Gill chega à conclusão de que não existe tempo ideal. Na verdade, o ser humano está sempre insatisfeito, em qualquer época.

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