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Terror asséptico no filme “Ouija: Origem do Mal”
O enredo se passa em Los Angeles, em 1965, uma eficiente representação da cidade, das roupas e dos hábitos daquela época
É grande a quantidade de filmes de terror que usam a Tábua Ouija como parte do enredo: personagens que tentam se comunicar com amigos ou familiares mortos e no processo encontram algum tipo de entidade maligna que os atormenta com horror psicológico e violência. Estreou nesta semana “Ouija: Origem do Mal”, filme de Mike Flanagan que narra uma história que acontece 50 anos antes dos eventos do longa-metragem “Ouija: O Jogo dos Espíritos” (2014).
O enredo se passa em Los Angeles, em 1965, uma eficiente representação da cidade, das roupas e dos hábitos daquela época. Alice Zander (Elizabeth Reaser) é viúva e cuida de suas duas filhas, Paulina (Annalise Basso) e Doris Zander (Lulu Wilson). Ela ganha a vida como uma espécie de médium que finge ter habilidades sobrenaturais que a tornam capaz de se comunicar com o mundo espiritual. Ela explica para as filhas que não está enganando ninguém: seus artifícios servem para ajudar as pessoas a encontrarem paz após perder gente querida.
Depois de comprar uma Tábua Ouija, vendida como um jogo, para ser mais uma peça em sua encenação para clientes, a família Zander passa a sofrer com estranhos eventos.
Especialmente Doris: a menina de 9 anos passa a se comportar de forma estranha, com olhar vazio, fazendo anotações com caligrafia de adulto, escrevendo textos em polonês.
Numa noite, ela sente uma pontada forte na nuca e quando se olha no espelho, observando o reflexo através da palheta que acompanha a tábua, enxerga a fonte sobrenatural da dor e tudo muda.
Especialmente Doris: a menina de 9 anos passa a se comportar de forma estranha, com olhar vazio, fazendo anotações com caligrafia de adulto, escrevendo textos em polonês.
Numa noite, ela sente uma pontada forte na nuca e quando se olha no espelho, observando o reflexo através da palheta que acompanha a tábua, enxerga a fonte sobrenatural da dor e tudo muda.
“Ouija: Origem do Mal” conta com um diretor seguro, que embora seja relativamente jovem vem mostrando habilidade no gênero. Mas é um filme de terror que parece não querer ofender sensibilidades, e talvez por isso acabe não ultrapassando certos limites que o gênero naturalmente deve atravessar. É um filme limpo e comportado, um tanto delicado na forma como aplica sustos e sugere a potência do horror nos enigmas do universo, mesmo nos momentos em que ser asseado claramente é um defeito. A classificação de 14 anos parece indicativo preciso para o público alvo do filme.