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Visibilidade feminina nas vozes pernambucanas

Da infância à fase adulta, mulheres movimentam o setor musical em Pernambuco

Orquestra Só Mulheres luta, há 12 anos, contra preconceitoOrquestra Só Mulheres luta, há 12 anos, contra preconceito - Foto: Arthur de Souza

Para além das costumeiras homenagens, o Dia Internacional da Mulher também serve para conceder visibilidade ao trabalho de profissionais femininas em diversas áreas. E não chega a ser surpreendente que no ramo cultural surjam preconceitos e estereótipos difíceis de dissolver. Lourdinha Nóbrega, 42 anos, maestrina da Orquestra Só Mulheres, fala sobre a discriminação que o grupo sofre. "Quando subimos ao palco, somos confrontadas com a descrença, tanto do público quanto dos técnicos que realizam o evento. Acham que não daremos conta".

Lourdinha, que criou a orquestra há doze anos e fez Licenciatura em Música na Universidade Federal de Pernambuco, além de ter estudado no Conservatório Pernambucano de Música, ressalta o apoio da plateia feminina durante as performances do grupo. "Elas cantam, dançam e se divertem com a gente. Sentimos que essa representatividade é muito importante para elas", fala.

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Representatividade que também é muito cara à Nadejda Maciel, DJ e produtora cultural que comanda, desde 2015, a MaddaM: iniciativa que busca promover a inclusão e empregabilidade de mulheres no meio da música eletrônica. "Hoje, trabalho com sete meninas, e atuamos em todas as etapas do processo de produção. Design, backstage, curadoria musical e pós produção são alguns desses segmentos", revela Nadejda, que busca expandir o projeto para várias outras cidades do Nordeste, como Natal e João Pessoa.

"É um trabalho de formiguinha mesmo, porém é crucial que a cena mude e que haja uma referência para as próximas DJ's que vierem", comenta a produtora. Neste embalo de inserir representatividade feminina, a terceira edição do MaddaM ocorre no próximo sábado no Haus Bar, na Galeria Joana D'Arc (Av. Herculano Bandeira, 513, Pina), a partir das 20h. Tendo como destaque as DJ's Avenoir, Cortz e Austrc, o line up da noite será composto apenas por mulheres.

DJ e produtora Nadejda Maciel, do MaddaM, quer levar mais mulheres ao comando das pistas

DJ e produtora Nadejda Maciel, do MaddaM, quer levar mais mulheres ao comando das pistas - Crédito: Divulgação



Já dedicado ao público infantil, a Rádio Matraquinha - que faz parte da programação da Rádio Folha 96.7 FM - preparou um conteúdo especial durante todo o mês de março. "No ar todos os sábados, às 11h, o Matraquinha está trazendo uma série de programas sobre diversas mulheres importantes da História", diz Cláudia Bettini, produtora e locutora do programa.

A cangaceira Maria Bonita, a artista Frida Kahlo, a guerreira do período colonial brasileiro Dandara, Amelia Earhart - primeira mulher aviadora a cruzar o Oceano Atlântico - e a revolucionária Anita Garibaldi serão algumas das personalidades abordadas por Cláudia e por Mariane Bigio, também locutora e produtora. "Através deste projeto pretendemos que, tanto as meninas quanto os meninos, pensem sobre os papéis de gêneros, sobre os estereótipos que são impostos desde a infância. E que as meninas tenham consciência de que elas podem seguir qualquer profissão que desejarem", explica Cláudia.

No formato de cordel, um manifesto escrito por Mariane e transformado em vídeo está viralizando nas redes sociais. No texto as meninas falam para si mesmas e para os meninos mensagens de empoderamento. "Nós trabalhamos com formação de público, baseado nos pilares de literatura, música e informação. Executando esta iniciativa em diversas plataformas, a chance que mais meninas tenham acesso a esse material é maior", finaliza Mariane.

 

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