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Economia

13º de servidor está ameaçado

Secretário de Administração, Milton Coelho afirmou que o Estado não tem a verba necessária

Luciano Siqueira, do PCdoB, é vice-prefeito do RecifeLuciano Siqueira, do PCdoB, é vice-prefeito do Recife - Foto: Folha de Pernambuco

 

Às vésperas do fim do ano, o pagamento do 13° salário do funcionalismo público ainda não está garantido. É o que revelou o secretário de Administração do Estado, Milton Coelho, em entrevista a uma rádio local, ontem. O gestor da Pasta disse que, até agora, não foi possível reunir os recursos suficientes para honrar o 13º, cujo pagamento é feito tradicionalmente até o mês de dezembro.
Pernambuco tem 190 mil servidores no Estado, entre ativos, aposentados e pensionistas. Coelho alega que o Estado precisa levantar R$ 2,4 bilhões para garantir as remunerações de fim de ano. “Estamos trabalhando para conseguir os valores desses dois meses, que representam três folhas de pagamento”, comentou. Durante apresentação das contas do Estado, há cerca de um mês, o secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, chegou a garantir o pagamento do 13º salário.
A declaração de Milton Coelho aconteceu no mesmo dia em que os servidores realizaram uma paralisação de 24 horas, reivindicando melhores salários e condições de trabalho. O secretário criticou a postura dos manifestantes e disse que o Governo está fazendo um grande esforço para manter os pagamentos em dia, diante da crise econômica do País.
Por nota, a Secretaria de Administração fechou as portas para qualquer negociação, alegando que “não dá para almejar reajustes nessa hora em que a maioria dos estados brasileiros sequer consegue pagar salários em face da crise. Pernambuco vem es­­­capando graças ao equilíbrio nas contas mantidas pelo governador Paulo Câmara. Reajuste de salários, agora, atenta contra o equilíbrio que mantém o Estado fora do grupo de estados que atrasam salários.”
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Sindserpe), Renilson Oliveira, contestou o Governo. “É uma tentativa infeliz de jogar a culpa para os trabalhadores”, comentou. “Eles tiveram o ano todo para provisionar o décimo dos trabalhadores”, continuou.
Segundo o Sindiserpe, os salários do funcionalismo e o vale alimentação estão defasados há anos. “O Estado administra uma tabela salarial com piso de R$ 750 (abaixo do mínimo). Nosso benefício de alimentação está congelado há nove anos em R$ 7. São pais e mães de família que estão sendo prejudicados”, criticou Oliveira.

Servidores preparam uma greve geral
Diante das declarações do Governo do Estado, os servidores se preparam para uma greve geral na próxima semana, envolvendo pelo menos 70% das secretarias e autarquias, exceto Educação, Saúde e polícia, que já tiveram suas negociações realizadas a parte. Ontem, durante uma paralisação de 24 horas, representantes da categoria foram recebidos no Palácio do Campo das Princesas para retomar as negociações salariais. “Até a próxima segunda-feira deve ser marcado um encontro com o secretário Milton Coelho. A partir dessa reunião, vamos debater com os trabalhadores quais serão os rumos do movimento”, detalhou o presidente do Sindiserpe, Renilson Oliveira.
Caso não haja acordo, uma greve geral pode ser deflagrada na próxima semana. Em todo o caso, o sindicato promete uma nova paralisação de 24 horas na próxima sexta-feira. Com a pressão, a categoria pretende garantir que um projeto de lei para reajustar salários e benefícios seja enviado à Assembleia Legislativa an­tes do próximo dia 18 - o limite regimentar estabelecido para que o Executivo envie matérias para o Legislativo este ano.
A paralisação de alerta, ontem, contou com a adesão de servidores lotados nas secretarias de Administração, Planejamento e Gestão, Recursos Hídricos, Transporte, Justiça e da Mulher - incluindo autarquias como a Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe); o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem); o Instituto de Recursos Humanos, Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).

 

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