5G e inteligência artificial, os destaques do Mobile World Congress
Conexão móvel super rápida que oferece o 5G é cerca de mil vezes mais veloz que o 4G
Menos novidades em termos de smartphones, mas mais interesse pela tecnologia que possuem: o 5G e a inteligência artificial são os destaques da indústria da telefonia móvel reunida no templo do setor, o Mobile World Congress (MWC) de Barcelona. Estas tecnologias avançam em direção a se concretizarem, com a implementação da primeira versão da conexão móvel 5G no fim do ano e a integração generalizada da inteligência artificial, tanto nas telecomunicações como no universo tecnológico em geral.
"Estamos realmente em uma fase de aceleração (...) tanto em 5G como em inteligência artificial", indicou Jacques Moulin, diretor-geral do centro de análises francês Idate.
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No final de dezembro, a indústria adotou boa parte das normas para o 5G, preparando o terreno para o desenvolvimento de equipamentos, a multiplicação de testes e inclusive as primeiras implementações, anunciadas nos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão para o final de 2018. "Teremos debates muito pragmáticos sobre o 5G, em torno aos primeiros testes comerciais e sobre o que as primeiras redes 5G serão capazes de oferecer. É a transição do 5G de tecnologia futura com múltiplas possibilidades a algo mais industrial", estimou Ian Fogg, encarregado de telefones móveis e telecomunicações da IHS Markit.
A conexão móvel super rápida que oferece o 5G é cerca de 1.000 vezes mais veloz que o 4G atualmente disponível no mundo desenvolvido, o que vai permitir baixar um filme completo em menos de um segundo.
O congresso dos telefones portáteis será palco de muitas outras evoluções tecnológicas, da realidade virtual à aumentada, passando pelos assistentes de voz e a internet das coisas. "Falamos da indústria X.0, porque é um fluxo contínuo de desenvolvimentos neste campo. Conectividade, inteligência artificial, realidade virtual e aumentada aplicada à indústria...", indicou Pascal Delorme, diretor da Accenture Digital na França e Benelux.
Menor efervescência
Pelo contrário, não parece haver a mesma efervescência em relação aos smartphones que em anos anteriores, quando os gigantes sul-coreanos e chineses, que disputam os primeiros postos do mercado, apresentaram seus novos aparelhos de alta gama. Sem lançamentos esperados de novos modelos durante os quatro dias de congresso por parte dos gigantes Huawei, LG ou HTC, a Samsung tentará atrair todos os holofotes com a apresentação de seus novos modelos Galaxy, o S9 e S9+, no domingo.
As promoções do evento sugerem que o maior avanço da Samsung estará na câmera, que poderia permitir vídeos em "supercâmera lenta" e dispor de outras ferramentas de alto nível para fanáticos da fotografia. Os fabricantes parecem concentrar sua competição pelos clientes na câmera, "principal fonte de diferenciação para a última geração de smartphones", disse o analista Ben Wood da CCS Insight.
Samsung sofreu um duro revés quando teve que retirar do mercado, em 2016, seu Galaxy Note 7, pelo risco de explosão de suas baterias, mas o Galaxy 8 teve êxito. A companhia continuou sendo o maior vendedor de smartphones em 2017, com 21,6% do mercado, segundo a empresa de pesquisa IDC. Apple, que como é habitual não estará presente no MWC, ficou no segundo lugar, com 14,7% do mercado. As vendas de smartphones em 2017 permaneceram estáveis, com 1,47 bilhão de unidades (-0,1% em relação a 2016), em momentos em que os fabricantes se esforçam para incluir inovações que levem os consumidores a atualizarem seus aparelhos. "Um mar de monotonia segue erodindo o impacto que os novos modelos têm no mercado", acrescentou Ben Wood.
Organizado pelo GSMA, consórcio de 800 operadores de telecomunicações, o MWC será realizado de segunda-feira a quinta-feira, embora algumas empresas lançarão suas novidades no domingo.