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Economia

À inflação, o alívio mais que necessário

Nas contas da economista-chefe da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack, as mudanças anunciadas pela Petrobras têm um impacto de descompressão na inflação

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, recebeu representantes das categoriasPresidente da Câmara, Rodrigo Maia, recebeu representantes das categorias - Foto: Divulgação

 

A redução no preço da gasolina e do diesel anunciada pela Petrobras deve representar um alívio extra para a inflação, ainda que de pequena magnitude, aumentando o conforto para o Banco Central reduzir a taxa básica de juros.

O diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs, Alberto Ramos, calculou que, dependendo do repasse, a redução de preços pela Petrobras poderá diminuir o IPCA acumulado do ano em 0,10 ponto percentual. “Este é um desenrolar positivo e deve dar ao Banco Central ainda mais conforto para começar a afrouxar a política monetária. Se os preços dos combustíveis continuarem a cair nos próximos meses, o BC terá espaço extra para cortar a Selic de forma mais agressiva em 2017”, disse.

Nas contas da economista-chefe da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack, as mudanças anunciadas pela Petrobras têm um impacto de descompressão na inflação de 0,06 ponto percentual no ano, sem levar em conta efeitos secundários como a queda do etanol.

Ela admitiu que isso pode dar gás às mudanças de expectativas quanto a um corte mais forte na Selic na próxima reunião, de 0,5 em vez de 0,25 ponto percentual. Mas ponderou que a despeito da investida da Petrobras, o ciclo de queda já estava dado para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), na próxima terça-feira (18) e quarta-feira (19).

Economista pernambucano, Luiz Maia estima que o efeito deverá ser pequeno, porém, no conjunto de fatores, pode ser positivo. “Essa notícia, embora seja de pequena intensidade, é uma medida que pode compor, junto com outras, um processo de desinflação nos próximos meses”, prevê. “Se a estrutura de custos de uma empresa está ficando mais baixa, isso pode significar que o empresário pode segurar o repasse de aumento de alguns custos”, exemplifica.

Governo
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Governo não interferiu na redução do preço dos combustíveis, mas que a medida deverá impactar positivamente na inflação. “Isso é uma decisão da Petrobras e não há dúvidas de que, nesse caso específico, é favorável do ponto de vista da inflação. A Petrobras tem que seguir sua política de uma empresa que tem responsabilidade com seus acionistas e com o País”, disse.

 

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