À inflação, o alívio mais que necessário
Nas contas da economista-chefe da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack, as mudanças anunciadas pela Petrobras têm um impacto de descompressão na inflação
O diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs, Alberto Ramos, calculou que, dependendo do repasse, a redução de preços pela Petrobras poderá diminuir o IPCA acumulado do ano em 0,10 ponto percentual. “Este é um desenrolar positivo e deve dar ao Banco Central ainda mais conforto para começar a afrouxar a política monetária. Se os preços dos combustíveis continuarem a cair nos próximos meses, o BC terá espaço extra para cortar a Selic de forma mais agressiva em 2017”, disse.
Ela admitiu que isso pode dar gás às mudanças de expectativas quanto a um corte mais forte na Selic na próxima reunião, de 0,5 em vez de 0,25 ponto percentual. Mas ponderou que a despeito da investida da Petrobras, o ciclo de queda já estava dado para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), na próxima terça-feira (18) e quarta-feira (19).
Governo
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Governo não interferiu na redução do preço dos combustíveis, mas que a medida deverá impactar positivamente na inflação. “Isso é uma decisão da Petrobras e não há dúvidas de que, nesse caso específico, é favorável do ponto de vista da inflação. A Petrobras tem que seguir sua política de uma empresa que tem responsabilidade com seus acionistas e com o País”, disse.