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Alckmin: Podendo desonerar, ótimo, mas sou da linha da responsabilidade fiscal

Na entrevista a jornalistas, ele frisou que a carga tributária do Brasil, de quase 33% do Produto Interno Bruto (PIB)

Vice-presidente Geraldo AlckminVice-presidente Geraldo Alckmin - Foto: Fiesp/Divulgação

O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, voltou a pregar responsabilidade fiscal como o caminho para o Brasil ter juros mais baixos ao passar pela feira realizada pela indústria siderúrgica em São Paulo.

Ao falar sobre a desoneração da folha de pagamentos, que está na pauta do Senado na quarta-feira, 7, Alckmin defendeu que o benefício precisa ser compensado.

"Podendo desonerar, ótimo, mas sou da linha da responsabilidade fiscal. Para aumentar receita, precisa reduzir despesa. O que não pode é fazer déficit, aí tem juros mais altos e inflação. É preciso ter responsabilidade fiscal, que é dever de todos", afirmou.

Ele deu entrevista à imprensa após visitar os estandes da feira que acompanha o congresso realizado em São Paulo pelo Instituto Aço Brasil, entidade representante da indústria siderúrgica.

Antes, ao discursar na abertura do evento, o presidente em exercício disse que o governo vai cortar gastos para cumprir as regras do arcabouço fiscal.

Na entrevista a jornalistas, ele frisou que a carga tributária do Brasil, de quase 33% do Produto Interno Bruto (PIB), já é muito alta se comparada a outras economias emergentes. "Portanto, não dá para aumentar mais. Precisamos de eficiência do gasto público", reforçou.

Após considerar que o atual estresse no mercado financeiro global é passageiro, Alckmin avaliou que a queda de juros esperada nos Estados Unidos em setembro, junto com uma "boa política fiscal", pode contribuir para cortes da Selic até o fim do ano, favorecendo assim o crescimento mais forte da economia.

Durante o discurso a empresários do setor siderúrgico, Alckmin elencou as medidas anunciadas pelo governo para o fortalecimento da indústria.

Na parte dos financiamentos, frisou que a Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), cuja lei já está em vigor, pode reduzir entre 1% e 1,5% o custo do crédito para as empresas O instrumento, que oferece isenção de imposto de renda a investidores pessoa física, tem como objetivo garantir recursos para o financiamento de longo prazo. Para as pessoas jurídicas, será cobrada alíquota reduzida do Imposto de Renda, de 15%, sobre o retorno do investimento.

"Nós devemos ter em poucas semanas já o LCD. E o crédito pode ficar 1% a 1,5% mais barato", disse Alckmin, que além de vice-presidente comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

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