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Tecnologia

Amazon, Alphabet, Netflix: empresas que são alvo de ofensiva anti-diversidade por fundo de Oklahoma

Estado americano quer usar influência como investidor para derrubar políticas de diversidade em corporações

Secretário do Tesouro de Oklahoma, Todd Russ, planeja confrontar seis empresas nas quais o estado investe por meio do seu Fundo de Liquidação de Tabaco de US$ 2 bilhõesSecretário do Tesouro de Oklahoma, Todd Russ, planeja confrontar seis empresas nas quais o estado investe por meio do seu Fundo de Liquidação de Tabaco de US$ 2 bilhões - Foto: Kazuhiro Nogi / AFP

Oklahoma está prestes a se tornar o primeiro estado republicano a tentar usar sua influência como investidor para acabar com as políticas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) em corporações americanas, mirando empresas como Amazon e Alphabet, dona do Google, em propostas de acionistas.

Utilizando uma tática cada vez mais popular entre investidores conservadores — que têm se voltado contra desde bancos de Wall Street até gigantes da área da saúde —, o Secretário do Tesouro de Oklahoma, Todd Russ, planeja confrontar seis empresas nas quais o estado investe por meio do seu Fundo de Liquidação de Tabaco de US$ 2 bilhões.

As outras empresas são Netflix, Lululemon Athletica Inc., GoDaddy e Yum! Brands, de restaurantes como Pizza Hut e KFC.

Russ está exigindo “neutralidade política” nas políticas e parcerias das empresas, incluindo a contestação de doações políticas “radicais” e contribuições para organizações como a Human Rights Campaign, que defende os direitos LGBTQ.

Ele também busca garantir tratamento igualitário para grupos religiosos de funcionários no local de trabalho.

Embora propostas de acionistas contra DEI historicamente tenham recebido apenas cerca de 2% de apoio dos investidores, a medida busca aumentar a visibilidade e combater a influência de fundos progressistas da Califórnia e de Nova York, que há anos pressionam empresas em questões como a divulgação de emissões de gases do efeito estufa e auditorias de equidade racial.

O ataque conservador contra a DEI ganhou novo fôlego nas últimas semanas, à medida que o presidente Donald Trump busca cumprir sua promessa de campanha de desmantelar iniciativas de diversidade tanto no governo federal quanto nas empresas americanas.

Propostas sem argumento financeiro
Mais de 30 empresas enfrentarão resoluções de acionistas sobre questões de DEI neste ano, graças a propostas de grupos como o National Center for Public Policy Research, a Alliance Defending Freedom e a Heritage Foundation.

As propostas não são vinculativas, mas resoluções que recebem pelo menos 30% de apoio frequentemente impulsionam mudanças no comportamento corporativo.

— A obrigação fiduciária de uma empresa de capital aberto é maximizar seus lucros para seus acionistas — disse Russ, de Oklahoma, em entrevista.

— Quando os conselhos insistem em questões como DEI, e isso acaba na sala do conselho, eles confundem as verdadeiras obrigações fiduciárias — afirmou.

Um porta-voz da Amazon se recusou a comentar. Representantes de Alphabet, Netflix, Lululemon, Yum! e GoDaddy não responderam aos pedidos de comentário.

O aumento das resoluções de acionistas contra a DEI não significa que elas terão mais chances de serem aprovadas, disse Michael Passoff, fundador e CEO da Proxy Impact, que trabalha com investidores que apoiam questões ambientais, sociais e de governança, incluindo DEI.

Ele afirmou que as propostas frequentemente fracassam por falta de um argumento financeiro.

— Muitas das resoluções apresentadas por esses grupos estão mais ligadas aos seus valores e pontos de vista do que à relevância financeira do que estão pedindo — disse Passoff.

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