Economia

Amazon é processada em NY por não proteger funcionários na pandemia

"Enquanto a Amazon e seu presidente faziam bilhões durante esta crise, funcionários foram obrigados a suportar condições que não eram seguras", diz procuradoria

Jeff Bezos, fundador da AmazonJeff Bezos, fundador da Amazon - Foto: David Ryder/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, processou a Amazon por negligência na proteção de seus funcionários durante a pandemia de covid-19 e por adotar represálias contra aqueles que expressaram sua preocupação - informou a Procuradoria nesta quarta-feira (17).
 
A procuradora afirma que a Amazon violou as leis trabalhistas do estado de Nova York e acusou a empresa de "demitir e punir" funcionários que se opuseram às condições de trabalho impostas durante a pandemia.
 
"Enquanto a Amazon e seu presidente faziam bilhões durante esta crise, funcionários foram obrigados a suportar condições que não eram seguras e sofreram represálias por expressar esses incômodos, com razão", disse Letitia James em um comunicado.
 
A procuradora-geral destacou que, desde março passado, "está claro que a Amazon deu mais valor aos lucros do que às pessoas e fracassou em garantir a saúde e a segurança de seus trabalhadores". Ela lamentou que os funcionários que fazem o país funcionar "recebam o pior tratamento".
 
Antes do processo de James, a Amazon apresentou na sexta-feira passada uma denúncia contra a própria procuradora-geral, acusando-a de não considerar a informação que a empresa lhe forneceu sobre o tratamento dos empregados durante a pandemia e de submeter o grupo a uma espécie de chantagem.
 
A empresa pediu a um juiz federal para alegar que a Procuradoria de Nova York não tem jurisdição para levar esses assuntos ao tribunal.
 
Empregados da Amazon se manifestaram várias vezes na primavera boreal (outono no Brasil) em frente a um dos galpões da empresa no distrito de Staten Island, em Nova York, criticando a direção por não tê-los protegido o suficiente contra a covid-19.
 
A Amazon afirmou na época ter feito mais do que o necessário para limitar os riscos de contágio, estabelecendo distância entre os trabalhadores e triplicando a frequência de limpeza do local. A Procuradoria começou, então, a investigar o assunto.
 
No final de abril, James enviou uma carta à gigante do comércio eletrônico, após concluir que as medidas de proteção eram "inadequadas".


A procuradora exigiu que a empresa fizesse uma série de concessões e disse que processaria a Amazon no tribunal, caso não as cumprisse. E foi o que fez nesta quarta-feira.
 
James exigiu, entre outras coisas, que a plataforma redistribuísse a maior parte de seu lucro, que subsidiasse o transporte público dos funcionários e diminuísse seu ritmo de trabalho e indicadores de desempenho.
 
A procuradora afirmou que a investigação continuaria e se reservou a possibilidade de, posteriormente, recorrer a um juiz.
 
A Amazon afirma ter proposto esses subsídios, mas diz que esbarrou com a rejeição das autoridades de transporte de Nova York. A empresa também afirma ter reduzido seu ritmo de trabalho, devido às limitações da pandemia.

 

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