Economia

Aneel quer criar a conta de luz pré-paga

Agência reguladora abriu a consulta pública para definir as regras do sistema, que permitirá o controle do gasto pelo cliente

Conta de energiaConta de energia - Foto: Flávio Japa/Arquivo Folha

Com o intuito de criar uma nova modalidade de pagamento da conta de luz, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu consulta pública para discutir as regras de pré-pagamento da energia. Como acontece com diversos serviços e produtos no Brasil, a exemplo da telefonia, o usuário vai pagar pelo uso antes de consumir. O novo formato de contratação está previsto na resolução editada pela Aneel desde 2014, mas que só agora está sendo submetido à sociedade para poder ser implantado.

Os consumidores já podem avaliar a proposta e opinar através do preenchimento de um formulário disponível no site do órgão. “A consulta pública é o primeiro passo. É fundamental para ver o conhecimento do consumidor em relação ao pré-pagamento, sua percepção e o que seria benéfico no modelo”, destacou o superintendente adjunto da Aneel, Hugo Lamin. A partir daí, o órgão decidirá pontos que podem ser alterados.

O próximo passo será a realização de uma audiência pública para discussão do tema. “Essa etapa deve acontecer entre o fim deste ano e o início do ano que vem. É um debate com os envolvidos, empresas de energia e consumidores”, disse Lamin, acrescentando que alguns países já aplicam a modalidade de pré-pagamento de energia elétrica, como Inglaterra, Irlanda, África do Sul, Colômbia, Peru e Argentina.

Leia também:
Brasil é o oitavo país do mundo em produção de energia eólica
Minas e Energia envia ao Planalto projeto de lei do novo marco do setor elétrico

A decisão de implantar o novo formato será das distribuidoras e o consumidor, por sua vez, poderá optar pela adesão. “Para os consumidores, haverá um controle maior do gasto da energia. É uma medida de gerenciamento. Já para as distribuidoras, a medida visa baixar custos operacionais, como o dos leituristas e emissão da fatura, além de reduzir a inadimplência”, disse Lamin, defendendo o modelo.

A resolução de 2014, que pode ter alterações após as consultas públicas, prevê a prática, por parte das distribuidoras, do valor por quilowatt-hora (kWh) da tarifa de energia igual ou menor que o homologado pela Aneel. “O consumidor é quem decidirá a quantidade de energia que vai comprar. Por isso, haverá um medidor na residência ou estabelecimento do cliente para ele acompanhar o uso da energia e saber quando estiver chegando ao fim do valor contratado”, esclareceu Hugo Lamin. Se o crédito acabar, o consumidor poderá utilizar um crédito de emergência e aguardar o prazo de recarga.

Quem deseja contribuir com a consulta pública pode responder ao formulário disponível no site da Aneel ou enviar as contribuições pelo e-mail [email protected] até o dia 19 de março.

 

Veja também

Mais de 280 milhões de pessoas sofreram insegurança alimentar aguda em 2023
FOME

Mais de 280 milhões de pessoas sofreram insegurança alimentar aguda em 2023

Trump pode ganhar adicional de US$ 1 bilhão com ações de sua rede social
ESTADOS UNIDOS

Trump pode ganhar adicional de US$ 1 bilhão com ações de sua rede social

Newsletter