Ter, 09 de Dezembro

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Aneel reúne distribuidoras para viabilizar controle da geração de energia de painéis em telhados

Situação ocorre após aumento de cortes em usinas centralizadas, aquelas comandadas pelo ONS

Reunião ocorre após um grande aumento dos cortes de geração de energia em usinas eólicas e solares registrado nos últimos mesesReunião ocorre após um grande aumento dos cortes de geração de energia em usinas eólicas e solares registrado nos últimos meses - Foto: Fernando Cavalcante/Divulgação

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se reuniu nesta sexta-feira com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e distribuidoras de energia para discutir medidas de controle sobre a geração distribuída (a produção de energia descentralizada, que é feita majoritariamente por painéis solares nas residências e empresas).

Em nota, a Aneel diz que o ONS identificou nos dia 4 de maio e 10 de agosto deste ano que o alto percentual de sistemas de micro e minigeração distribuída no sistema elétrico poderia levar a instabilidades.

O ONS constatou que há uma dificuldade no controle da frequência e tensão do sistema com o crescimento da geração distribuída. Atualmente, o operador não tem controle sobre a quantidade de carga que essa modalidade de geração injeta no sistema elétrico.

Segundo a Aneel, na reunião desta sexta foram discutidos os desafios para viabilizar o controle de geração distribuída, e aspectos como o estabelecimento de procedimentos operacionais e de comunicação entre ONS, distribuidoras e agentes.

A reunião ocorre após um grande aumento dos cortes de geração de energia em usinas eólicas e solares registrado nos últimos meses. Esses cortes são nas usinas centralizadas, instaladas por grandes empresas e que integram o sistema. Em agosto, esses cortes solar chegaram a 26,4% do total produzido pelas duas fontes, segundo cálculos do Itaú BBA.

A situação é complexa e tem nome em inglês: curtailment. Basicamente, a cada segundo, o ONS precisa acionar o parque gerador de energia em volume exatamente igual à demanda do país naquele momento. Por isso, há situações em que é preciso parar de produzir em algumas fontes para não haver excesso de oferta.

Isso ocorre, também, por faltas de linhas de transmissão de energia para escoar a produção. Na busca desse equilíbrio entre a oferta e a demanda, as usinas de fontes intermitentes, eólicas e solares, são as principais afetadas.

Os casos ocorrem, principalmente, quando há alta incidência de sol e vento, levando a geração total a superar a demanda. Em agosto, esse excesso de geração de energia levou o setor elétrico a um estresse na sua operação no Dia dos Pais, no último 10 de agosto, que poderia levar a um colapso momentâneo, como mostrou o Globo.

O período mais crítico foi entre 13h e 13h30 daquele domingo, mostra documento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo o Itaú, esse incidente influenciou no aumento do curtailment em agosto. Os cortes de geração em eólicas e solares chegaram a um nível de 93% entre 11h e 14h deste dia.

O relatório do ONS mostra que a elevada a geração de energia em telhados, levou o operador a reduzir a produção de hidrelétricas e termelétricas e cortar em 98,5% do potencial de geração de energia eólica e solar centralizadas (em usinas) estimado para aquele horário.

O corte de geração renovável virou uma das principais dores de cabeça do setor elétrico, pois empresas que fizeram investimentos acabam não conseguindo manter a sua produção.

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