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EMPRESA

Após bloqueio da China, Rússia pede aos EUA aval para comprar jatos da Boeing, diz agência

Moscou quer usar ativos congelados por guerra na Ucrânia tão logo haja um cessar-fogo, informam fontes à Bloomberg

Sede da BoeingSede da Boeing - Foto: Justin Tallis/AFP

A Rússia pediu aos Estados Unidos para permitir a compra de aeronaves da Boeing usando parte dos bilhões de dólares em ativos estatais congelados, assim que houver um cessar-fogo na Ucrânia, segundo uma fonte em Moscou com conhecimento do assunto.

Embora o pedido não seja uma condição para aceitar a trégua, Moscou entende que os fundos congelados não podem ser utilizados para adquirir os aviões sem que um cessar-fogo esteja em vigor, afirmou a fonte, que pediu anonimato por tratar de questões internas. Um eventual acordo para a compra dos jatos poderia fazer parte de uma flexibilização das sanções caso os combates sejam interrompidos.

"O governo dos EUA não discutirá nenhum compromisso econômico até que um cessar-fogo tenha sido alcançado", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional do país, Brian Hughes, ao ser questionado sobre a possibilidade de a Rússia estar buscando comprar aeronaves da Boeing. O Departamento de Estado recusou pedidos de comentário.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também não respondeu ao pedido de comentário. A Boeing, por sua vez, preferiu não se manifestar.

Parlamentares dos EUA estimam que existam cerca de US$ 5 bilhões em ativos russos congelados no país. No total, os EUA e seus aliados congelaram aproximadamente US$ 280 bilhões em reservas do banco central da Rússia, sendo mais de dois terços bloqueados na União Europeia.

Publicamente, a Rússia também pediu que os EUA retirem as sanções impostas à sua companhia aérea de bandeira, a Aeroflot PJSC, e que permitam a retomada de voos diretos entre os dois países. Até agora, os EUA não responderam a essa proposta.

A Boeing encerrou suas operações na Rússia — incluindo um grande centro de engenharia — após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

A possibilidade de retomar as vendas de aeronaves à Rússia surge em um momento em que a fabricante americana enfrenta dificuldades em outros mercados devido à guerra comercial global iniciada pelo ex-presidente Donald Trump.

A China, por exemplo, orientou suas companhias aéreas a não aceitarem aeronaves fabricadas nos EUA, segundo reportagem da Bloomberg publicada na última terça-feira. Já a Ryanair Holdings Plc declarou que poderá adiar as encomendas da Boeing ainda este ano, caso elas sejam impactadas por tarifas.

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