Fazenda Nacional

Após decisão do BC sobre Selic, Haddad cita comunicado como sintético: "Vamos esperar a ata"

Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros de 10,75% para 10,50% ao ano, diminuindo o ritmo adotado desde o início do ciclo de cortes

Fernando Haddad Fernando Haddad  - Foto: Nelson Almeida / AFP

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou nesta quinta-feira (9) fazer uma análise qualitativa do comunicado do Banco Central do Brasil, que reduziu em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros (Selic).

Em uma votação apertada, de 5 votos a 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu reduzir a Selic de 10,75% para 10,50% ao ano, diminuindo o ritmo adotado desde o início do ciclo de alívio nos juros, em agosto (0,50 ponto percentual).

— Vamos esperar a ata. Eu acho que ata pode esclarecer melhor. O comunicado está muito sintético — disse, em conversa com jornalistas.

O resultado da reunião mostrou uma diretoria de 9 membros divivida entre os diretores que foram indicados pelo presidente Lula desde o ano passado e os que são remanescentes do governo Bolsonaro, como o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, que teve voto de desempate.

Antes da decisão, o ministro da Fazenda também havia sido questionado sobre o tema, em entrevista a rádios. Ele voltou a mencionar que a taxa de juros no Brasil é uma das mais altas do mundo, além de reforçar que o cenário inflacionário doméstico melhorou nos últimos dois meses.

As projeções de inflação do BC, em seu cenário de referência, estão em 3,8% para 2024 e 3,3% para 2025. O centro da meta é 3% nos dois anos.

Cenário externo
A decisão do colegiado foi direcionada após um ambiente externo mais “adverso”. Os diretores citam, por exemplo, a incerteza “elevada e persistente” sobre o início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos - movimento que afeta o Brasil.

A manutenção dos juros norte-americanos no intervalo de 5,25% a 5,50% e a falta de sinalização para o início de ciclo de cortes tende a levar os agentes a migrarem seus investimentos de países emergentes para os Estados Unidos. Isso afeta a taxa de câmbio, desvalorizando a moeda brasileira.

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