AVALIAÇÃO

Ata do Copom reforça que pressão da inflação é temporária

O BC ponderou, contudo, que a pressão inflacionária deve se manter elevada no curto prazo

Banco CentralBanco Central - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reafirmou, nesta terça-feira (11), que a escalada de preços observada nos últimos meses é temporária. A autoridade monetária ponderou, contudo, que a pressão inflacionária deve se manter elevada no curto prazo.

O diagnóstico vem sendo repetido nas decisões do Colegiado desde setembro, quando os preços começaram a subir no país, puxados principalmente por alimentos e combustíveis.

A avaliação do BC foi publicada no mesmo dia em que o resultado do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de abril foi divulgado. O indicador registrou alta de 0,31% no mês, em ritmo menor que o observado nos meses anteriores.



Em 12 meses, a inflação acumulou avanço de 6,76%, acima do teto da meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2021, de 3,75% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo -o limite é de 5,25%.

O BC afirmou que, com exceção do petróleo, os preços internacionais das commodities continuaram em alta, o que impactou as projeções para alimentos e bens industriais.

"Além disso, a transição para patamares mais elevados de bandeira tarifária de energia elétrica deve manter a inflação pressionada no curto prazo. O Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue atento à sua evolução", trouxe o documento.

Na última reunião, em 4 de maio, o Copom elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,75% ponto percentual, a 3,50% ao ano, conforme indicado na decisão de março.

No comunicado, o BC sinalizou nova alta na mesma magnitude em junho, para 4,25%.

O controle da inflação é a principal atribuição da autoridade monetária. Para isso, o BC define a meta da taxa básica de juros.

Quando a inflação está alta, o Copom sobe os juros com o objetivo de reduzir o estímulo na atividade econômica, o que diminui o consumo e equilibra os preços. Caso contrário, o BC pode reduzir juros para estimular a economia.

No comunicado, o BC subiu em 0,1 ponto percentual a expectativa de inflação para este ano, mas reduziu no mesmo nível a projeção para o próximo.

Na análise feita com a taxa de juros da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de US$ 5,40, as projeções são de 5,1% para 2021 e 3,4% para 2022.

O cenário supõe que a Selic se eleve para 5,50% ao ano em 2021 e para 6,25% ao ano em 2022. As expectativas para a inflação de preços administrados, segundo o texto, são de 8,4% para 2021 e 5% para 2022.

Segundo o relatório Focus desta semana, no qual o BC divulga as projeções do mercado, mesmo após a alta nos juros, os economistas continuaram elevando as expectativas de inflação para 2021, que estão em 5,06%.

Na semana passada, as estimativas estavam em 5,04% e em 4,85% há um mês. De acordo com o levantamento, os analistas esperam que a Selic termine o ano a 5,50%.

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