Ter, 09 de Dezembro

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Energia

Brasil precisa encerrar definitivamente geração de energia a carvão, diz FNCE

Organização manifesta preocupação com movimento pela ampliação do setor de carvão mineral na região Sul do país

Carvão mineral - FNCE afirma que não existe justificativa técnica para a concessão de novos subsídios para o setorCarvão mineral - FNCE afirma que não existe justificativa técnica para a concessão de novos subsídios para o setor - Foto: Michel Filho

A Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) publicou nesta sexta-feira nota oficial em que afirma que o Brasil precisa encerrar definitivamente geração de energia elétrica a carvão.

A FNCE afirma que acompanha com preocupação “os movimentos de políticos e empresas do setor carbonífero pela ampliação da geração de energia à base de carvão mineral no Sul do Brasil”.

A nota vem após movimentos de empresários e políticos do Rio Grande do Sul para reativar a termelétrica a carvão Candiota 3. A unidade localizada em Candiota (RS) está sem operação desde janeiro deste ano, quando se encerrou o contrato de produção e fornecimento de energia.

Na nota, a FNCE afirma que não existe justificativa técnica para a concessão de novos subsídios para o setor.

“Todos sabemos, inclusive com base nas informações oficiais do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que o país precisa reduzir a quantidade de usinas termelétricas inflexíveis. Não há crise hídrica nem quaisquer outras justificativas para uma suposta corrida às térmicas. Quem defende essa narrativa está mal-informado ou mal-intencionado”, diz a nota.

No início deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou os chamados “jabutis” inseridos pelo Congresso Nacional no projeto de lei que regulamenta a instalação de equipamentos para energia eólica em alto mar (offshore). Um dos trechos vetados previa a destinação de R$ 92 bilhões em subsídios ao carvão mineral até 2050.

A Frente observa, no entanto, que a transição do processo para que o país pare de conceder benefícios para geração de energia por carvão mineral, deve seguir um “caminho seguro” para as comunidades que dependem da atividade.

“Mas qualquer proposta de contratação de longo prazo dessas usinas é injustificável do ponto de vista econômico e social, e incoerente em termos ambientais, especialmente para o país que sediará a COP 30 neste ano”, completa a nota.

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