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Economia

Brics devem criar linha de garantia financeira para área sustentável, diz Tatiana Rosito

O encontro ocorre no Rio e é realizado na véspera do encontro de cúpula do bloco

Lula na reunião dos sherpas, do Brics, em fevereiro de 2025, no ItamaratyLula na reunião dos sherpas, do Brics, em fevereiro de 2025, no Itamaraty - Foto: Ricardo Stuckert/PR

A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou nesta sexta-feira, 4, que os negociadores da área financeira do Brics chegaram a um consenso para o lançamento futuro de uma linha de garantia financeira com foco no desenvolvimento sustentável.

"Buscamos, primeiro, construir convergências e, dentro dessa agenda, ter alguns mecanismos específicos", disse após reunião prévia para o encontro de ministros, marcado para amanhã, no Rio.

A ideia, de acordo com a embaixadora, é incentivar investimentos na agenda de transição climática, incluindo investimentos em infraestrutura resiliente, soluções baseadas na natureza e transição energética.

"Este é um tema que vai continuar a ser discutido ao longo do segundo semestre", explicou.

O mecanismo é voltado para que se amplie o financiamento através, sobretudo, de linhas de garantias que permitem ampliar os recursos e reduzir o custo de capital.

"É um mecanismo para mitigar risco. A gente sabe que muitos projetos na área de transição climática envolvem novas tecnologias ou maiores riscos e as garantias são uma forma de reduzi-las porque elas oferecem garantias", explicou. O Banco Mundial, por exemplo, poderá ser uma instituição que cobriria certas garantias.

As garantias específicas a serem cobertas também estão sendo discutidas, de acordo com a embaixadora. Por exemplo: as de primeiras perdas, a referentes a riscos de crédito, a riscos políticos, a riscos de mercados, entre outras.

"Tudo está no menu que está sendo discutido: exatamente o que será esse mecanismo, onde ficará ancorado", disse. "Colocamos na trilha de finanças (do Brics) os temas climáticos como uma das prioridades, o que é uma coisa nova", continuou.

A agenda, conforme Rosito, se concentrou muito em mecanismos de redução de risco cambial, por exemplo, como o Eco Invest. "Trocamos ideias, ouvimos outras experiências. A partir daí, pode haver a replicação."

Governança Global - Outro ponto discutido de forma franca, de acordo com a secretária, é sobre como o grupo se posicionará em relação à governança global.

Em especial, tratam-se de temas voltados às instituições financeiras multilaterais, que precisam, na avaliação do Brics, passar por reformas. O bloco pretende fazer discussões prévias para que o Sul Global tenha uma voz uníssona nesses debates.

"De forma geral, a ideia é a de alinhar posições do Brics sobre a reforma de cotas e governança. Essa área é uma área muito cara e o grupo quer ampliar sua voz e representação", justificou.

A co-coordenadora da área financeira do Brics disse que o grupo também deve assinar neste semestre um memorando de cooperação aduaneira. "Isso vai continuar. Tem alguns temas que vão continuar no segundo semestre." Para até o fim do ano também está prevista mais discussão sobre mecanismos de precificação de mercado de carbono.

Neste sábado, 5, haverá a divulgação de um documento sobre o consenso da área financeira ao final da reunião ministerial de finanças e presidentes de Bancos Centrais. O encontro ocorre no Rio e é realizado na véspera do encontro de cúpula do bloco.
 

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