Chesf estuda venda de ativos para gerar renda
Ideia é ofertar as participações da estatal em parques eólicos e em linhas de transmissão
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) estuda possível venda de participações em parques eólicos e linhas de transmissão para aumentar suas receitas. A sinalização do presidente da empresa, José Carlos de Miranda Farias, segue as diretrizes do plano de negócios da Eletrobras, previsto para ser anunciado em outubro próximo. À Imprensa especializada, o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, tem dito não descartar a saída da estatal de grandes empreendimentos como as hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte. No momento, a Chesf conta com 52 empreendimentos em Sociedades de Propósito Específico (SPEs), sendo quatro usinas hidrelétricas, 40 parques eólicos, sete de transmissão e um de construção.
“Não é privatização da Chesf, mas a venda de ativos que não são essenciais para a Companhia e importantes para o desenvolvimento do Nordeste. São usinas eólicas em operação, por exemplo, nas quais podemos captar algum recurso e, com o dinheiro, construirmos uma nova. Essa diretriz foi dada há pouco tempo e nós estamos trabalhando para avaliar quais seriam as mais vantajosas para vender, do ponto de vista para geração de receita”, explicou Farias, durante evento, nesta segunda, no qual a subsidiária da Eletrobras firmou acordo de compartilhamento de infraestrutura com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), a partir de um investimento de R$ 40 milhões.
Neste momento, disse o presidente, a empresa avalia quais empreendimentos deverão ter suas participações vendidas. “Caso a caso vai ser analisado, de modo que possamos fazer negócios competitivos”, frisou. No entanto, Farias afirmou não saber quanto irá capitanear, uma vez que o plano ainda não foi estruturado. Até lá, o Ministério de Minas e Energia e os técnicos da Companhia avaliam a viabilidade da empreitada.
Representando o ministro de Minas e Energia na ocasião, o secretário de energia da Pasta nacional, Fábio Lopes, explicou que a Eletrobras tem participação em vários empreendimentos e que, atualmente, está em busca de equilíbrio econômico. “Prova disso é que todas as distribuidoras que tinham sido federalizadas foram passadas para a União, sem encargos da holding, e serão privatizadas. Por que? A iniciativa privada tem muito mais condição de gerir uma empresa de distribuição do que uma entidade federal”, relembrou.
As distribuidoras as quais Lopes se refere são as que atendem aos estados do Amazonas, Roraima, Acre, Alagoas, Piauí, Rondônia e Goiás. Entretanto, o secretário adianta que nenhuma grande geradora, a exemplo da Chesf, será privatizada. Fernando Filho não foi ao evento porque cumpre agenda com o presidente Michel Temer, nos Estados Unidos.