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Igualdade

Comitê Feminino de Liderança Setorial é lançado pela FIEPE com a presença da ministra Cármen Lúcia

Para subsidiar as ações do Comitê, o Observatório da Indústria do SENAI-PE realizou um levantamento com 105 indústrias de diversos segmentos

Foto: Divulgação/STF

A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) lança no dia 28 de abril, na Casa da Indústria, o Comitê Feminino de Liderança Setorial. O evento contará com a presença da ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, e da presidente do Conselho Superior Feminino da FIESP, Marta Livia Suplicy. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo fiepe.org.br.

Segundo a diretora financeira da FIEPE e presidente do Comitê, Caroline Souto Maior, a iniciativa tem como objetivo “discutir os desafios da participação feminina na indústria pernambucana e propor projetos e ações voltadas à visibilidade das mulheres no setor industrial”.

A formação do Comitê teve origem a partir da adesão do SENAI-PE ao Pacto Global da ONU, reafirmando seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o de número 5 — Igualdade de Gênero, da Agenda 2030. Como integrante do Sistema FIEPE, o SENAI-PE impulsionou essa ação estratégica, que agora conta com a mobilização da FIEPE para fortalecer a promoção da equidade de gênero em toda a rede.

Para subsidiar as ações do Comitê, o Observatório da Indústria do SENAI-PE realizou um levantamento com 105 indústrias de diversos segmentos do setor produtivo de Pernambuco. O estudo considerou os 10 segmentos industriais com maior número de vínculos formais em 2022, segundo os dados da RAIS, desconsiderando o setor de confecção de vestuário, que já apresenta relativa paridade de gênero.

Os dados levantados revelaram que, na média, as indústrias participantes da pesquisa empregam mais homens do que mulheres, especialmente nos segmentos de Fabricação de Bebidas e de Fabricação de Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos.

Ações

Ao observar o porte das empresas, foi identificado que apenas 13,1% das micro e pequenas afirmaram possuir ações afirmativas voltadas à ampliação da participação feminina em áreas técnicas. As principais barreiras apontadas por essas empresas foram a ausência de mulheres com qualificação técnica e a questão da força física.

Já entre as médias e grandes empresas, 47,6% disseram possuir estratégias específicas para inclusão feminina em setores mais técnicos. Entre as ações citadas estão a oferta de treinamentos e capacitações específicas para mulheres, além da criação de programas de estágio ou bolsas de estudo voltadas a elas.

Mesmo entre essas empresas de maior porte, os principais obstáculos à ampliação do quadro feminino nas áreas técnicas continuam sendo a falta de profissionais com qualificação e os desafios relacionados à segurança no ambiente de trabalho.

IBGE

Apesar da percepção das empresas quanto à falta de mão de obra feminina qualificada, os dados do Censo 2022 do IBGE mostram que a escolaridade das mulheres com 25 anos ou mais já supera a dos homens: 20,7% delas possuem ensino superior completo, enquanto entre os homens esse percentual é de 15,8%.

Sobre essa contradição, a gerente de Pesquisa e Prospectiva do SENAI-PE, Ana Paula Vasconcelos Cruz , destaca: “Há uma contradição importante nesse discurso. Apesar das empresas apontarem a falta de qualificação como uma barreira, os dados mostram que as mulheres estão mais escolarizadas. Por isso, é fundamental desenvolvermos programas de capacitação voltados especificamente para mulheres em cargos de liderança e em áreas técnicas historicamente masculinas, contribuindo para quebrar estereótipos e fortalecer a presença feminina na indústria”.

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