Economia

Compesa vai investir R$ 38 milhões em Petrolina

Companhia não quer perder a gestão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário da cidade para a iniciativa privada, como estuda a prefeitura

Miguel Coelho, prefeito de PetrolinaMiguel Coelho, prefeito de Petrolina - Foto: Henrique Genecy/ Folha de Pernambuco

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) não quer perder para a iniciativa privada a gestão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Petrolina, como tem tentado viabilizar o prefeito Miguel Coelho (PSB). Por isso, retomou as discussões sobre o assunto nessa quinta-feira (25) e ainda anunciou um investimento de R$ 38 milhões para ampliar o esgotamento da cidade.

“Mostramos ao prefeito que nós não estávamos parados nesses últimos meses. Estávamos trabalhando para vencer as burocracias e contratar esse financiamento. Se não tivéssemos interesse em Petrolina, não teríamos feito isso, nem tínhamos investido R$ 150 milhões na cidade nos últimos dez anos”, declarou o presidente da Compesa, Roberto Tavares, que se reuniu com Miguel Coelho ontem, dez dias depois de Petrolina publicar a primeira etapa do processo licitatório que pode viabilizar a concessão dos serviços que hoje são executados pela Compesa.

Leia também:
Petrolina mira no capital privado
Pernambuco tem apenas uma PPP municipal


Tavares explicou que os R$ 38 milhões são do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e foram obtidos junto à Caixa Econômica Federal (CEF). São recursos que podem elevar de 72% para 90% o nível de esgotamento sanitário de Petrolina. Por isso, a Compesa espera publicar a licitação necessária para esse serviço já no próximo mês. O presidente da companhia frisou, no entanto, que o serviço só será bem sucedido se a prefeitura oferecer as condições necessárias para o investimento. “Precisamos de segurança jurídica. Se eu perder a concessão em Petrolina, por exemplo, o banco pode ver um risco no negócio", falou Tavares, que está de olho nas negociações de Petrolina. Ele destacou, por exemplo, que a concessão só pode seguir em frente caso determine o reembolso dos investimentos que foram realizados pela Compesa na cidade e ainda não foram amortizados - esses R$ 38 milhões, por sinal, devem ser pagos ao longo de 20 anos.

Em visita à Folha de Pernambuco, Miguel Coelho lembrou que o processo que está em execução prevê apenas a entrega de estudos, por parte da iniciativa privada, sobre a possível concessão. “Vamos analisar os estudos da iniciativa privada e a proposta da Compesa”, disse Coelho, frisando que vai “escolher a melhor proposta para a população, desde a tarifa de água e esgoto, até os investimentos e a manutenção do sistema de coleta e abastecimento”.

Energia
Petrolina também quer parcerias com a iniciativa privada para o fornecimento de energia elétrica. A ideia é auxiliar a instalação de uma empresa do segmento na cidade para comprar a energia solar que for gerada no local e, assim, diminuir a conta que é paga mensalmente à Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). “Isso pode dar um desconto de 20% na nossa conta, que é de quase R$ 900 mil”, justificou Coelho, que já marcou uma audiência pública para tratar do tema em 27 de fevereiro. “Vamos ouvir as propostas das empresas que têm interesse no projeto”, explicou o prefeito, dizendo que, se tudo der certo, este contrato de concessão já pode ser assinado em março ou abril deste ano.

Veja também

Fonte solar no Brasil já equivale a três hidrelétricas de Itaipu, diz Absolar
Hidrelétricas

Fonte solar no Brasil já equivale a três hidrelétricas de Itaipu, diz Absolar

Governo de Pernambuco firma acordos com província chinesa de Sichuan
Acordo

Governo de Pernambuco firma acordos de cooperação técnica com província chinesa de Sichuan

Newsletter