Economia

Condenado por fraude, braço direito de Abilio Diniz na BRF pede demissão

A defesa de JR havia ingressado nesta quarta com novo recurso que permitiria ao executivo evitar o início do cumprimento da pena de prisão em regime semiaberto

BRF BRF  - Foto: AFP

O vice-presidente de Integridade da líder do mercado brasileiro de alimentos processados, a BRF, pediu demissão nessa quarta-feira (2). José Roberto Pernomian Rodrigues, conhecido como JR, era o braço direito de Abilio Diniz na empresa.

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Conforme revelou uma reportagem da Folha de S.Paulo, ele teve recursos negados em um processo no qual foi condenado a 4 anos e 2 meses por fraude numa compra de computadores em 2007 -o caso nada tem a ver com a BRF, assim como nos outros 16 processos a que ele responde.

Segundo comunicado ao mercado assinado pelo diretor-presidente da BRF, Pedro Faria, a empresa sabia dos problemas jurídicos de JR e considera que eles não afetavam suas funções -tendo entrado na empresa em 2013 por indicação de Abilio, desde 2016 ele era vice-presidente da área responsável por boas práticas de mercado.

O texto informa que, "apesar disso", JR apresentou renúncia por entender "ser a medida mais adequada". O conselho de administração da BRF aceitou o pedido.
A saída de JR é um golpe duro contra Abilio na continua disputa pelo controle da BRF. Assessor próximo do empresário, JR havia sido seu consultor na disputa rumorosa pelo controle do Pão de Açúcar, entre outros negócios.

Ainda segundo a reportagem da Folha de S.Paulo, JR já havia sido alvo de críticas por um grupo de governadores de Estados onde a BRF opera, em uma carta entregue a Michel Temer. Sua indicação era considerada inaceitável por membros do conselho da BRF ouvidos pela reportagem.

Como tem um controle acionário fragmentado, a palavra final de decisões depende de dois fundos de pensão estatais, o Petros (Petrobras) e a Previ (BB), que têm a maior fatia da empresa.

Um grupo de acionistas, contudo, prepara uma ação apontando gestão temerária na empresa, que mirava não só JR mas seu padrinho, Abilio, que preside o conselho. Eles questionam o prejuízo de R$ 658 milhões registrado pela empresa desde 2016.
O executivo não comentou o caso.

A defesa de JR havia ingressado nesta quarta com novo recurso que permitiria ao executivo evitar o início do cumprimento da pena de prisão em regime semiaberto.
Ele fora condenado em duas instâncias por fraude em importação de computadores americanos descoberta em 2007.

Em 20 de julho, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região julgou os chamados embargos infringentes. O regime de prisão da sentença deixou de ser fechado e evoluiu para semiaberto e a pena de 5 anos e 2 meses caiu em um ano porque um dos crimes apontados, o de formação de quadrilha, prescreveu.

Agora, caberá ao relator do caso no TRF decidir se aceita discutir o novo recurso. Se não, a defesa recorrerá a tribunais superiores.
JR não concedeu entrevista.

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