Economia

Construção civil de Pernambuco já sente impactos do coronavírus

Segundo levantamento da Fiepe, segmento já sofre com dificuldades e empregabilidade pode cair no setor

Construção civilConstrução civil - Foto: DS Brasília

A atividade na construção civil de Pernambuco apresentou uma forte queda na sua produção no primeiro trimestre de 2020. Por conta da pandemia do novo coronavírus, um levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), observou que o indicador do nível de atividade saiu de 43,8 pontos registrados em dezembro do ano passado para 25,3 pontos em março deste ano. Esse é o menor índice da série histórica iniciada em 2009.

O levantamento da Fiepe, que vai de 0 a 100 pontos, sendo abaixo de 50 já considerado um desempenho ruim, aponta que os principais fatores para a retração do setor, foram a retração do consumo das famílias nos últimos meses, a diminuição da produção do setor, a queda na empregabilidade, como conta o economista da Federação, Cézar Andrade. “O indicador caiu 18,5 pontos, significa que as empresas estão produzindo menos. O setor é um dos mais afetados porque foi um dos poucos que precisou parar, com o objetivo de conter a disseminação do vírus. Tem a questão da demanda dos produtos a população compra menos, por contensão de despesa, para se comportar no período de pandemia”, justifica.

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Entre os principais aspectos que os empresários do setor elencaram como uma dificuldade, estão o acesso ao crédito e à inadimplência dos clientes. A inadimplência, foi listada pelos empresários como o principal problema desde que a crise se agravou, ficando em primeiro lugar pela primeira vez, com 66,1%; seguida da elevada carga tributária, 56,6%; da burocracia excessiva, 35,6%; da falta de financiamento de longo prazo,35,3%; e de outros aspectos, 24,1%.

Cézar Andrade, afirma que além de todos esses problemas, a intenção por investimentos no setor caiu 17 pontos, ficando abaixo do registrado em março (48,9), atingindo 31,9 pontos o que pode demonstrar a retração do setor, que vinha de um bom trimestre depois de seis anos. “Houve redução de acesso ao crédito, o menor na série histórica e é um momento que as empresas precisam garantir o fôlego financeiro. Provavelmente vai ter uma dificuldade para recuperar, vinha de queda e ensaiava uma recuperação. Enquanto durar a pandemia, os empresários não vão investir. Essa redução no nível de atividade acarreta em uma redução na empregabilidade, já que não tem faturamento”, destacou.

O economista da Fiepe conta ainda que medidas econômicas poderiam ser adotadas para que empregos sejam mantidos no setor. “As principais questões seria uma maior flexibilização no acesso ao crédito, como ela não produz não fatura, então seria melhorar o crédito, desburocratizar. Um outro fator seria um adiamento do pagamento dos tributos, como ICMS, ISS, seriam as principais medidas para atenuar os problemas do setor”, finalizou Cézar.

Acompanhe a cobertura em tempo real da pandemia de coronavírus

 

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