Cooperativas investem na bioeconomia da Amazônia
Apoio para extrativismo ajuda comunidades da floresta. Neste ano, quebra de safra da castanha-do-pará gerou impactos na região
Os extrativistas de Beruri (AM), a 18 horas de barco de Manaus, enfrentaram, neste ano, a quebra de safra da castanha-do-pará. A Associação dos Produtores e Beneficiadores Agroextrativistas de Beruri (Assoab), que comercializa a produção de 402 famílias de 35 comunidades, beneficiou apenas duas toneladas de castanhas na safra atual, cuja colheita se iniciou em dezembro de 2024 e terminou em maio deste ano — a capacidade de processamento da Assoab é de 200 toneladas por safra.
— As secas seguidas na Amazônia nos últimos dois anos resultaram na baixa produtividade das castanheiras. E as famílias que vivem da floresta e dos rios estão sofrendo com esses impactos climáticos — diz Sandra Amud, presidente da Assoab.
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Os extrativistas também perceberam quedas na produção de açaí e murumuru (palmeira de onde se extrai manteiga para cosméticos). A situação só não foi pior porque a associação de produtores havia sido contemplada em duas rodadas de crédito da iniciativa Amazônia Viva, um mecanismo de financiamento desenvolvido pela Natura para bancar atividades e fortalecer a gestão de cadeias ligadas à bioeconomia amazônica.
— Em ano de COP30, a iniciativa se mostra um caminho para a ampliação do impacto positivo nas cadeias da sociobioeconomia na Amazônia, que pode ganhar mais força com novos parceiros — diz Ana Costa, vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico e Reputação Corporativa da Natura