Apesar de aguardar a aprovação do Ministério do Planejamento, que até o fechamento desta edição não se posicionou sobre o assunto, os Correios devem iniciar, a partir do próximo mês, o período de adesão dos funcionários interessados em participar do seu Programa de Demissão Incentivada. Segundo o órgão, o público-alvo do plano contempla os funcionários com mais de 55 anos, aposentados ou com tempo de serviço para requerer a aposentadoria e deve resultar em uma economia anual estimada entre R$ 850 milhões e R$ 1 bilhão.

A notícia da abertura do PDI dos Correios acontece em um momento de profunda crise na estatal, que vem acumulando prejuízos ao longo dos anos. Em 2015, a empresa fechou com déficit anunciado de R$ 2,1 bilhões e, até abril deste ano, o prejuízo já estava em R$ 700 milhões. No entanto, além do fator financeiro, a estatal também passa por sérios problemas internos. “Esse PDI não poderia acontecer em mo­­­­mento pior, pois temos certeza que não haverá reposição de pessoal e nem pretensão de novo concurso público. O último foi há cinco anos e continuamos com efetivo insuficiente para realizar o trabalho”, comenta o secretário-geral do Sindicato dos Trabalha­­­­dores dos Correios em Pernambuco, Rinaldo Nascimento.

Segundo ele, o Centro de En­­­­trega de Encomendas (CEE) do Bongi, por exemplo, é o retrato desse descaso. “Estamos, inclusive, em estado de greve, pois os trabalhadores, de um modo geral, não aceitam mais tamanha sobrecarga de trabalho porque não há efetivo suficiente, além das péssimas condições de trabalho do local”, afirma Nascimento. Ele completa dizendo que caso as reivindicações dos trabalhadores não sejam atendidas, será deflagrada a paralisação total das atividades do CEE.