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Declaração do Brics sobre IA defende "governança global" para "mitigar seus riscos potenciais"

Em cúpula, serão assinadas quatro declarações; temas geopolíticos sensíveis foram superados com linguagem diplomática e, no caso dos ataques ao Irã, sem mencionar Estados Unidos e Israel

Brics reconhece "que a Inteligência Artificial (IA) representa uma oportunidade histórica para impulsionar o desenvolvimento rumo a um futuro mais prósperoBrics reconhece "que a Inteligência Artificial (IA) representa uma oportunidade histórica para impulsionar o desenvolvimento rumo a um futuro mais próspero - Foto: Reprodução/Freepik

Os presidentes e chefes de Estado do Brics assinarão neste domingo, primeiro dia da cúpula no Rio, quatro declarações, entre elas uma sobre Inteligência Artificial.

O texto, ao qual O Globo teve acesso, afirma que o Brics reconhece "que a Inteligência Artificial (IA) representa uma oportunidade histórica para impulsionar o desenvolvimento rumo a um futuro mais próspero.

Para alcançar esse objetivo, ressaltamos que a governança global da IA deve mitigar riscos potenciais e atender às necessidades de todos os países, incluindo os do Sul Global”.

O texto, dando continuidade a declarações anteriores do grupo, fala sobre os riscos que a IA representa e a necessidade de regulações que a ferramenta exige.

O assunto é considerado extremamente importante pelo governo brasileiro, que impulsionou os debates em sua presidência do grupo. A partir desta segunda, o comando do Brics ficará com a Índia, e a expectativa do Brasil é de que a IA continue sendo um tema relevante da agenda do grupo.

A declaração sobre saúde assegura que, "reconhecendo que a eliminação das Doenças Socialmente Determinadas (DSDs) exige uma ação robusta, coordenada e intersetorial, a Parceria deverá fortalecer os sistemas de saúde e enfrentar as barreiras sociais e estruturais ao acesso equitativo à saúde.

Para alcançar os objetivos da Parceria, os membros promoverão e ampliarão iniciativas existentes voltadas para o fortalecimento do manejo de casos, expansão do acesso a áreas remotas e de difícil alcance, melhoria das condições de saneamento e moradia, combate à desnutrição e à pobreza, e aproveitamento de tecnologias inovadoras”.

A declaração principal, que terá, segundo fontes oficiais, mais de 100 parágrafos, aborda temas como comércio internacional, os conflitos que mais preocupam o mundo atualmente, a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a situação humanitária em Gaza, entre outros.

Os pontos sensíveis em matéria de geopolítica foram superados com uma linguagem diplomática, e, no caso dos ataques ao Irã, sem mencionar os Estados Unidos e Israel, confirmaram fontes.

Em matéria de comércio, a declaração dá um claro recado ao governo do presidente americano, Donald Trump, ao afirmar que "o sistema multilateral de comércio há muito tempo se encontra em uma encruzilhada.

A proliferação de ações restritivas ao comércio, seja por meio do aumento indiscriminado de tarifas e medidas não tarifárias, ou do protecionismo sob o pretexto de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global, desorganizar cadeias de suprimentos e introduzir incertezas nas atividades econômicas e comerciais internacionais.

Manifestamos sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são incompatíveis com as regras da OMC”.

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