COMBUSTÍVEIS

Defasagem da gasolina chega a 18%, em meio à disputa pelo comando da Petrobras

Petróleo passa de US$ 90 o barril e pode chegar a US$ 100 no segundo semestre, indicam projeções. Diesel vendido no Brasil está 13% mais barato que no mercado internacional

Posto de combustívelPosto de combustível - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em meio à polêmica da troca de comando na Petrobras, a estatal terá de lidar com a pressão sobre os preços dos combustíveis. A defasagem da gasolina no Brasil em relação ao praticado no mercado internacional chegou a 18% nesta segunda-feira (8), segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). No caso do diesel, a disparidade está em 13%.

A defasagem reflete a escalada do preço da commodity, especialmente a partir da segunda quinzena de março. O preço do barril do petróleo Brent, referência no mercado internacional, ultrapassou a barreira dos US$ 90 na semana passada, chegando ao mais alto patamar desde outubro de 2023.

Na manhã desta segunda-feira, ele recuava 0,76% por volta de 9h, mas ainda estava acima de US$ 90. Projeções do JPMorgan indicam que o barril poderá alcançar a marca de US$ 100 até agosto ou setembro.

A disparada no preço deve pressionar a Petrobras por reajustes, num momento em que a companhia está no alvo de disputa entre diferentes alas do governo e o futuro de seu presidente, Jean Paul Prates, é incerto.

No fim de semana, era esperado um encontro entre o presidente Lula e alguns de seus ministros, entre eles Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) para tratar da polêmica envolvendo a Petrobras. Mas a reunião não aconteceu. É possível que seja feita nesta segunda.

O salto do preço do petróleo na semana passada é atribuído a tensões militares entre Israel e o Irã. Mas especialistas dizem que há outros fatores que impulsionam os preços da commodity para cima.

O México reduziu suas exportações de petróleo, contribuindo para a redução da oferta global do produto. Sanções americanas à Rússia - devido à guerra na Ucrânia - também contibuem para diminuição da disponibilidade da commodity, e ataques dos rebeldes houthis a petroleiros no Mar Vermelho vêm atrasando os embarques de petróleo.

Mesmo diante desse cenário, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados mantêm o corte de produção de 2,2 milhões de barris por dia. No início de março, eles renovaram o compromisso com a redução da oferta para todo o período do segundo trimestre.

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