Departamento de Comércio dos EUA propõe tarifa ao aço brasileiro
órgão apontou três alternativas: a primeira é uma taxa global de ao menos 24% a todas as importações
Um relatório do Departamento de Comércio dos Estados Unidos divulgado nesta sexta (16) sugere a imposição de tarifas à importação de aço e alumínio do país, com o objetivo de ampliar a produção local. O órgão apontou três alternativas: a primeira é uma taxa global de ao menos 24% a todas as importações.
A segunda seria uma tarifa de ao menos 53% ao aço importado de 12 países: Brasil, China, Costa Rica, Índia, Malásia, Coréia, Rússia, África do Sul, Tailândia, Turquia e Vietnã. Além disso, há uma possibilidade de criar uma cota a todos os produtos de aço de todos os países equivalente a 63% das importações dos Estados Unidos em 2017.
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A meta é que a atual capacidade ociosa no país caia dos atuais 27% para cerca de 20% -uma taxa mínima necessária para que a indústria seja viável em um longo prazo, segundo o relatório, que destaca que os Estados Unidos é o maior importador de aço do mundo. O departamento colocou o problema como uma questão de segurança nacional.
Em relação ao alumínio, a proposta é impor uma tarifa de 7,7% a todas as importações ou aplicar uma taxa de 23.6% aos produtos vindos da China, de Hong Kong, da Rússia, da Venezuela e do Vietnã. O relatório interno foi elaborado pelo departamento de comércio e ainda não representa uma decisão final, que ainda será dada pelo presidente Donald Trump.
Negociação
O Brasil vai mandar uma comitiva com membros da indústria siderúrgica nacional a Washington, para negociar com membros da Casa Branca e parlamentares a exclusão do país de possíveis medidas restritivas, afirmou o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
A missão será realizada entre os dias 26 e 28 de fevereiro, e deverá ter a presença de executivos da Usiminas e da Vallourec, disse ele. "Queremos mostrar que o Brasil não é parte do problema. 80% das exportações brasileiras são de produtos semiacabados, que são reprocessadas pelas siderúrgicas americanas. Se [os EUA] adotarem alguma medida, o Brasil tem que estar fora", afirmou Lopes.
Os Estados Unidos representaram 32,7% das exportações da indústria brasileira em 2017. Foram cerca de 5 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, dos quais 4,1 milhões de toneladas foram de itens semiacabados.
O presidente da entidade, que representa a indústria brasileira, destacou que, assim como há grupos favoráveis a maiores restrições, existem pressões contrárias à medida, com receio de que o bloqueio leve a um aumento do preço interno do produto.
A comitiva que viajará no fim deste mês aos Estados Unidos também deverá pedir auxílio à indústria americana de carvão nas negociações, afirma Lopes.
O Brasil é um dos maiores importadores de carvão dos Estados Unidos. "Tem uma troca. Vamos falar [a eles] que têm que nos ajudar."