Economia
Dólar: será a melhor hora para comprar?
Moeda fechou ontem em R$ 3,12 e acumula desvalorização de quase 4% este ano
O dólar, que bateu a casa dos R$ 4 em 2016, já acumula queda de quase 4% no começo este ano. Para quem está planejando uma viagem, este pode ser um bom momento para comprar a moeda, indicam os especialistas consultados pela Folha de Pernambuco. Porém, é preciso cautela.
Nessa quinta (2), o dólar comercial encerrou as cotações no seu menor valor desde 25 de outubro do ano passado, vendido a R$ 3,122 (comercial) - um descréscimo de 0,89%. O economista Tiago Monteiro, professor da Faculdade dos Guararapes (FG), acredita que o câmbio não deve oscilar muito nos próximos dias. “É um momento oportuno para comprar a moeda, porque as previsões de mercado indicam para a valorização do dólar - entre os R$ 3,20 a R$ 3,25 até o fim do ano - com a melhoria da economia norte-americana”, anteviu.
Ele adverte que, caso haja uma nova onda de turbulências econômicas e políticas no Brasil, a valorização da moeda ante ao Real pode ser ainda maior. A análise do sócio da Consultoria Financeira e Mercados (Finacap), Aristides Bezerra, segue a mesma linha. “As delações da Odebrecht e outras questões políticas no Brasil ainda podem influenciar muito o comportamento do câmbio nos próximos meses”, advertiu.
Para não deixar de aproveitar a atual cotação favorável, nem se expor a grandes perdas, caso a moeda continue a cair, os dois especialistas são objetivos: o ideal é comprar aos poucos. “Se a pessoa definiu um orçamento para a viagem, o mais indicado é comprar em etapas, para pulverizar os riscos”, recomenda Monteiro.
Cotação
Ontem, a principal influência para a queda do dólar foi a decisão do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) de não subir os juros básicos dos Estados Unidos (EUA), atualmente entre 0,5% e 0,75% ao ano. No ano passado, o Fed havia sinalizado que poderia elevar os juros, mas a decisão foi adiada após a posse de Trump. O aumento das taxas nos EUA atrai os investidores e provoca um efeito que os economistas chamam de “fuga de dólares”. Ou seja, em busca de maior rentabilidade, os investidores levam seus aportes para os EUA, onde a economia é estável e o dinheiro rende melhor.
Quando ocorre o efeito inverso (os juros estão baixos por lá), as taxas altas dos países emergentes, como o Brasil, atraem o capital e essa entrada de recursos faz o dólar baixar.
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