Economia

Eleições 2018 – Uma reflexão...

Sendo uma jovem democracia de mercado aberto, analistas, investidores e especuladores têm avaliado os vários cenários possíveis do investimento estrangeiro, no Brasil, como irão se comportar em ano eleitoral

Rainier Michael, Cônsul da EslovêniaRainier Michael, Cônsul da Eslovênia - Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Atualmente, as eleições no Brasil são realizadas através do voto direto, secreto e obrigatório. A primeira eleição da qual existem registros no Brasil, ocorreu em 1532, por este meio foi escolhido o representante do Conselho da Vila de São Vicente.
Sendo uma jovem democracia de mercado aberto, analistas, investidores e especuladores têm avaliado os vários cenários possíveis do investimento estrangeiro, no Brasil, como irão se comportar em ano eleitoral e seu impacto, formando assim um banco de dados para análises e projeções futuras.

“O saldo do investidor estrangeiro, em ações brasileiras, atingiu um novo recorde em 2017, batendo a marca de R$ 14,6 bilhões de reais, tendo saldo positivo pelo sexto ano consecutivo. O Investimento Estrangeiro foi responsável por 50% do investimento na Bolsa, neste ano, comparado com apenas 30%, em 2010. No entanto, o investimento estrangeiro, especialmente, o especulativo, começou a recuar no início do ano, com saldos líquidos negativos em fevereiro e até o meio de março”. (Fonte: Finance News)

“Isso pode sinalizar uma nova fase para o Ibovepa de 'wait and see' para investimento estrangeiro no curto prazo”. Adam Patterson - Economista

O investidor estrangeiro vê as eleições presidenciais no Brasil com muita cautela devido à grande quantidade de pré-candidatos e a pluralidade de plataformas apresentadas; o mercado está observador, até conhecer com maiores detalhes quem serão os principais players assim como a visão de cada um destes sobre o futuro macroeconômico e respectivas agendas de reforma.

Os corredores vazios, uma realidade em Brasília, sessões dos plenários e comissões totalmente esvaziadas sem o devido quórum para qualquer apreciação ou votação. Tudo isto é observado com muita cautela pelos investidores internacionais. Um investimento – não uma especulação financeira – é sempre de médio ou de longo prazo.

Durante o processo eleitoral, temos o aumento significativo da incerteza, consequentemente, o timing e decisão final da alocação de recursos dos investidores serão esticados ou postergados.

Com menos de 6 meses para as eleições, o cenário político continua extremamente nublado e “judicializado”, soma-se a falta de definições em questões econômicas importantes, estratégicas e estruturais não resolvidas e as diversidades ideológicas, aumentando a cautela do investidor global até as definições ou, até mesmo após as eleições.

Nos últimos anos, o investimento estrangeiro estagnou, aguardando maior visibilidade macroeconômica para retomar o modo “risk on” (busca por risco) para decisões de investimento e capital budgeting (processo de alocação de recursos).

Números recentes deste ano, apontam um recuo em 8 de 15 locais em março e os locais mais acentuados foram na região nordeste de (-3,6%), Bahia (-4,5%) na produção industrial. Na média nacional, a produção da indústria recuou 0,1% na mesma comparação. FONTE: IBGE

A culpa é apenas dos políticos?

Sendo capa ou artigo de primeira página, constato diversos meios jornalísticos online e off-line divulgando, frequentemente, inúmeros concursos públicos com salários muito acima da média da iniciativa privada.

Nas muitas rodas de conversas, observo que tornar-se um servidor público tem sido um objetivo de vida cada vez mais frequente entre universitários e profissionais, atraídos por maiores salários e pela estabilidade no emprego. Recentemente, um artigo de capa mencionava: “26 concursos públicos selecionam para salários de R$ 5.000,00 até R$ 16.000,00”, em São Paulo e Minas Gerais.

Da mesma forma, é quase um consenso que a máquina pública, não apenas no Brasil, mas em inúmeros países, esteja inchada e não operando de forma eficiente, não sendo suficiente para suprir todas as necessidades constitucionais do cidadão.

“Como vamos falar e criar uma cultura de empreendedorismo em uma região onde o maior sonho é passar em concurso público?” Anônimo

*Empresário há 35 anos e Presidente do Iperid (primeiro THINK TANK do Nordeste) – Instituto de Pesquisa Estratégica em Relações Internacionais e Diplomacia, Rainier Michael tem ampla experiência em trocas internacionais. O trabalho realizado por ele junto ao consulado esloveno, e designado “Diplomacia Econômica”, interpreta sob uma visão humana o desenvolvimento e o crescimento do Nordeste. Paulista de nascença, Michael se mudou para Pernambuco há dez anos, quando seus negócios no Estado cresceram de forma a tornar indispensável sua presença aqui. Seu comparecimento nos mercados pernambucanos, entretanto, é mais antigo do que isso. Antes de assumir o consulado, já era representante da DBG - Sociedade Brasil-Alemanha no Nordeste. É destacável, também, sua atuação enquanto presidente do Rotary Club Recife Boa Viagem. ([email protected])

* A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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