Em crise, Correios cortam bonificação de Natal de carteiros e outros funcionários
Entre outras medidas do plano de recuperação está o fechamento de 1 mil agências da estatal no país
A direção dos Correios aguarda um aporte emergencial do Tesouro Nacional entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões até 16 de dezembro para honrar os compromissos de fim de ano da estatal, como o pagamento da folha de salários, do 13º e de fornecedores.
A avaliação é que, em meio à maior crise financeira de sua história, não há mais tempo hábil para fechar as negociações com bancos para a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões, com garantia do Tesouro Nacional, dizem fontes a par das decisões e das conversas da estatal com o governo.
O aporte emergencial agora daria um fôlego para que a estatal mantenha as operações e continue as negociações com os bancos. Enquanto isso, a ordem na estatal é cortar gastos. E não ficou de fora nem mesmo a bonificação de Natal dos funcionários.
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Diante da crise, os Correios cancelaram o vale-natal de R$ 2,5 mil pagos aos trabalhadores em 2024, após Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Neste ano, não haverá nada, nenhuma despesa poderá ficar fora do plano de reestruturação da empresa, disse um interlocutor.
Os Correios prorrogaram até 16 de dezembro o ACT, que contém cerca de 70 cláusulas entre sociais e econômicas, como ajuste salarial e do vale-refeição. Na próxima terça-feira, a direção da empresa tratará do tema com dirigentes sindicais. O ACT venceu em meados do ano e tem sido prorrogado consecutivamente, diante do agravamento da situação financeira da estatal.
Outra medida para cortar custos foi ampliar a meta de corte de pessoal com um plano de demissão voluntária (PDV). O plano inicial era ter a adesão de 10 mil funcionários em 2026. Agora, a estatal pretende eliminar outros 5 mil postos por meio do PDV até 2027.
Entre outros pontos do plano de reestruturação que está sendo costurado pela direção da estatal está o fechamento de 1 mil agências de centros de distribuição e logística no país. Do lado da receita, está previsto ampliação do leque de serviços e melhoria da eficiência. O plano será executado em até dois anos.
O governo vinha resistindo à ideia de aportar recursos nos Correios por falta de margem orçamentária e o fato de a estatal fazer parte das empresas públicas que são independentes, têm capacidade de gerar receitas próprias. Mas, segundo interlocutores, o entendimento é que um decreto emergencial neste ano permite o aporte, desde que condicionado a um plano de recuperação, como é o caso dos Correios.

