Economia

Empresários nos EUA se tranquilizam com ênfase de Mourão sobre Previdência

Mourão foi mais específico em relação a detalhes da reforma e disse de forma mais convicta que o governo tem consciência da importância da mudança previdenciária.

Vice-presidente Hamilton MourãoVice-presidente Hamilton Mourão - Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Empresários americanos, que veem com preocupação as indefinições em torno da tramitação da reforma da Previdência no Brasil, ficaram mais tranquilos com a mensagem do vice-presidente Hamilton Mourão de firme comprometimento com a aprovação da proposta.

Na opinião de alguns empresários, que estiveram com o presidente Jair Bolsonaro, em sua visita aos EUA 20 dias atrás, e com o vice, Mourão foi mais específico em relação a detalhes da reforma e disse de forma mais convicta que o governo tem consciência da importância da mudança previdenciária.

"O reconhecimento do vice-presidente de que a reforma da Previdência é a prioridade número 1, repetido em diversas ocasiões, foi muito bem recebido pela comunidade empresarial americana", disse Anthony Harrington, ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil e presidente do conselho da consultoria Albright Stonebridge. "A aprovação da reforma é a maior preocupação do mundo financeiro e do empresariado americano por causa da situação fiscal do Brasil."

Empresários ouvidos pela Folha de S.Paulo apontaram que, em suas apresentações na US Chamber e no jantar promovido pela câmara, Bolsonaro não falou mais de 10 minutos e foi pouco enfático e nada específico em relação à reforma da Previdência. O presidente recorreu ao ministro Paulo Guedes para falar longamente sobre o assunto.

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Mas os investidores esperavam alguma sinalização mais veemente de Bolsonaro em relação ao comprometimento com a reforma - afinal, as posições liberais de Guedes são muito bem recebidas, mas já são conhecidas e não garantem que todo o governo está em sintonia. Já Mourão discorreu em todos os eventos sobre a importância da reforma da Previdência, e reconhecimento de que o país vai quebrar se a legislação não for aprovada.

Na terça-feira (9), após se encontrar com senadores americanos, Mourão almoçou com autoridades dos EUA na residência da embaixada brasileira em Washington. Estavam presentes Kimberly Breier, secretária assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental; Mauricio Claver-Carone, diretor de hemisfério ocidental no Conselho de Segurança Nacional, Brian Hook, assessor sênior do secretário de Estado, Mike Pompeo, o ex-embaixador Harrington e também uma autoridade que cuida dos acordos de salvaguardas tecnológicas, como o que foi assinado durante a visita do presidente Jair Bolsonaro e permite uso da base de Alcântara -mas ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. Durante o governo Fernando Henrique, foi barrado no Legislativo.

À noite, o vice foi a um jantar promovido pelo Council of the Americas, em que estavam confirmados Andrés Gluski, presidente da AES, Shery Ahn, âncora da Bloomberg TV, Michael McKinley, assessor sênior do secretário de Estado e ex-embaixador no Brasil, o ex-embaixador Harrington e outros empresários.

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