Equinor compra empresa brasileira de energia renovável
Aquisição da carioca Rio Energy segue uma estratégia global da petroleira em focar em energias limpas
A norueguesa Equinor anunciou a aquisição da Rio Energy, empresa com sede no Rio de Janeiro dona de parques solares e eólicos em estados como Bahia e Ceará. O negócio, que não teve o valor divulgado, envolve a compra de alguns ativos da Rio Energy, como o parque eólico na Serra da Babilônia, na Bahia, com uma capacidade de produção de 0,2 GW, e uma carteira de projetos solares em pré-construção de 0,6 GW. A aquisição envolve também uma carteira de projetos de cerca de 1,2 GW em energia solar e eólica em terra.
A Equinor informou ainda que pretende manter a atual diretoria da Rio Energy e os seus 140 funcionários. A aquisição de empresas com foco em energia renovável segue uma estratégia global da petroleira. Nos últimos anos foram adquiridos companhias na Polônia, Dinamarca, Reino Unido e Estados Unidos.
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A conclusão do negócio está prevista para o quarto trimestre de 2023. Segundo a Equinor, a meta de retorno de investimento anual com o negócio oscila entre 4% e 8%. Segundo Pål Eitrheim, vice-presidente executivo para as Energias Renováveis da Equinor, a compra da empresa vai permitir acelerar a geração de energia renovável no país:
- A Rio Energy nos permitirá acelerar a geração de energia renovável e, consequentemente, o fluxo de caixa. Com ela passamos a ter uma plataforma para crescimento, ao mesmo tempo em que acrescentamos capacidade técnica e uma atraente carteira de projetos.
Atualmente, a Equinor no Brasil tem uma usina solar no Ceará que gera energia desde 2018. Além disso, está construindo com parceiros outro complexo solar no Rio Grande do Norte. A petroleira tem ainda participação minoritária em uma start up que desenvolve soluções de armazenamento de energia solar e de bateria. Em energia eólica, o foco da empresa é desenvolver parques no mar (as chamadas eólicas offshore). A companhia já submeteu para avaliação do Ibama seis potenciais projetos na costa brasileira com capacidade total de 14,5 GW.
Em março deste ano, Petrobras e Equinor anunciaram a assinatura de uma carta de intenções para avaliar a construção de sete projetos de energia eólica em alto-mar (offshore) na costa brasileira.Em 2018, as duas empresas haviam assinado acordo para dois parques marítimos localizados entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Agora, as companhias ampliaram a parceria para Piauí, Ceará, na área entre Rio Grande do Norte e Ceará, além do Rio Grande do Sul. Os sete projetos tem potencial para gerar até 14,5 GW de energia.
O apetite da companhia por projetos renováveis tem como objetivo reduzir as emissões de gases do efeito estufa emm 50% até 2030. A estimativa da empresa é que no início da próxima década mais de metade dos investimentos brutos sejam direcionados para energias renováveis e soluções de baixo carbono.
Com a aquisição da Rio Energy, a Equinor pretende comercializar a energia no mercado livre:
- O Brasil é o maior mercado de energia da América do Sul, com expectativa de crescimento de demanda em paralelo a uma rápida expansão do mercado livre. Ao estabelecer um portfólio de venda de energia elétrica no Brasil, podemos buscar um ganho de valor, em linha com a nossa estratégia de energias renováveis - diz Olav Kolbeinstveit, vice-presidente sênior para Energias Renováveis e Mercado Onshore na Equinor.