Estados vão contribuir no próximo ano
Como parte da renegociação de dívidas no ano passado, os Estados deixaram temporariamente de contribuir para a meta fiscal.
BRASÍLIA (Folhapress) - Enfrentando um ajuste em suas contas mais severo que o da União, os Estados serão os únicos a contribuir positivamente para o cumprimento das metas fiscais a partir do próximo ano. Em 2020, o esforço deverá chegar a R$ 16,6 bilhões, enquanto o governo federal ainda registrará deficit de R$ 68,4 bilhões, incluindo as estatais.
Como parte da renegociação de dívidas no ano passado, os Estados deixaram temporariamente de contribuir para a meta fiscal. Com o retorno progressivo dos fluxos de pagamento, que retomará com mais fôlego a partir de 2020, sua contribuição voltará a fazer diferença no balanço do setor público.
Com a ajuda dos Estados, o deficit público previsto será reduzido para R$ 51,8 bilhões em 2020. Esta conta, porém, não leva em consideração o leilão de empresas estaduais de saneamento, como a Cedae, do Rio, que deverão ser privatizadas para abater o endividamento dos Estados.
Outra medida que pode dar fôlego aos governadores é a volta ao mercado de crédito. Após um ciclo de forte endividamento estadual estimulado pelo governo, o Tesouro fechou a torneira de novos empréstimos. Em 2016, baixou norma de que só os que tiverem notas A e B poderão captar com garantias do Tesouro, o que barrou mais da metade dos governadores. Pela nova classificação divulgada ontem, aumentou de 14 para 16 os Estados com sinal verde da União.
No entanto, o aumento dos gastos com Previdência e o impacto da crise sobre a arrecadação fizeram os Estados registrarem deficit primário de R$ 2 bilhões no ano passado.