Economia

FMI 'mudou' e prioriza interesses da Argentina, diz diretor

Na semana passada, em meio a uma crise cambial e a um crescente déficit das contas públicas, o presidente Mauricio Macri anunciou que iria recorrer ao FMI -uma instituição ainda hoje associada a crises financeiras e arrochos fiscais na Argentina

Presidente da Argentina, Maurício MacriPresidente da Argentina, Maurício Macri - Foto: Juan mabromata/afp

Em meio às negociações entre a Argentina e o FMI (Fundo Monetário Internacional) para a concessão de um novo empréstimo para o país, o diretor de comunicação do fundo, Gerry Rice, afirmou nesta quinta (17) que a instituição "mudou" e que irá priorizar os interesses do povo argentino.

"Nós nos adaptamos às necessidades dos nossos membros", declarou, durante entrevista à imprensa, citando a preocupação com a desigualdade e a proteção dos mais vulneráveis em eventuais cortes de gastos. "Estamos aqui para apoiar os esforços do governo e do povo argentino, naquilo que eles determinarem que seja mais útil para a economia."

Na semana passada, em meio a uma crise cambial e a um crescente déficit das contas públicas, o presidente Mauricio Macri anunciou que iria recorrer ao FMI -uma instituição ainda hoje associada a crises financeiras e arrochos fiscais na Argentina.
A modalidade e o valor da operação, bem como as condições do financiamento, ainda não foram acertadas. Mas uma reunião da diretoria do FMI, nesta sexta (18), deve marcar o início do aval oficial do fundo.

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Na ocasião, os diretores serão pautados oficialmente, pela primeira vez, sobre a situação econômica da Argentina e o pedido feito pelo país. A expectativa é que os países-membros deem, então, a luz verde para o prosseguimento das negociações e a definição das condições do empréstimo.

A Argentina busca um empréstimo do tipo "stand-by", o clássico socorro dado pelo FMI a países em crise. Nesse tipo de operação, o país precisa assinar um memorando de política econômica, assumindo compromissos com o fundo -que, no passado, já exigiu da Argentina um extensivo corte de gastos, reformas no setor público e aumento de tarifas, entre outras medidas.

Segundo Rice, nenhuma condição foi acertada até aqui. Mas ele declarou o "total apoio" do FMI às declarações do presidente Mauricio Macri, que reafirmou nesta quarta os esforços do país para reduzir gastos e combater o déficit fiscal. "Isso mostra o reconhecimento do governo argentino acerca dos desafios centrais que afetam a economia do país hoje", afirmou Rice, sinalizando que a redução do déficit público pode estar entre as exigências do fundo.

O diretor disse ainda que o FMI não irá condicionar o empréstimo ao estabelecimento de um valor fixo para o peso, e defendeu o regime de câmbio flutuante em vigor na Argentina.

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