Fraude no INSS: Haddad diz que governo avalia se dinheiro bloqueado de associações será suficiente
Governo pediu bloqueio de R$ 2,56 bilhões de 12 entidades suspeitas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, que o governo ainda avalia se os recursos bloqueados de associações ligadas às fraudes do INSS vão ser suficiente para ressarcir os aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos. Na quinta-feira, o governo pediu à Justiça o bloqueio de bens e quebra de sigilo de 12 entidades associativas no valor de R$ 2,56 bilhões.
— Nós vamos fazer um balanço dessas iniciativas que a Advocacia-Geral da União e Controladoria Geral da União (CGU) estão tomando para fazer com que quem pague a conta é quem cometeu o abuso — afirmou o ministros à jornalistas, acrescentando que os bloqueios devem ser suficientes para o ressarcimento inicial das vítimas. — Parece que há quantidade de dinheiro disponível dessas associações para começar o ressarcimento de quem foi prejudicado.
Ele acrescentou que será necessário avaliar “cada passo”. Haddad também repetiu o argumento do governo de que as fraudes tiveram início em gestões passadas e que as associações “foram desmascaradas pelo governo federal”.
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Haddad participou, na B3, de evento sobre a calculadora ReVar, ferramenta desenvolvida pela Bolsa e pela Receita Federal, que automatiza o cálculo do Imposto de Renda sobre operações de renda variável realizadas por pessoas físicas.
Inflação melhor que esperado
Em conversa com jornalistas, ele voltou a dizer que está “mais confiante” do que o mercado em relação à trajetória da inflação este ano, que deve ser mais favorável ao fim de 2025. Segundo ele, o resultado de 0,43% do IPCA de abril, divulgado mais cedo pelo IBGE, veio “dentro do esperado”.
Depois do Banco Centra decidir elevar as taxas de juros para 14,75%, maior patamar em cinco anos, o ministro disse que é “o mandato do BC é reduzir a inflação”.
— Nós tivemos aí um ano difícil no mundo, com turbulências causadas pelos países mais ricos e essas turbulências estão sendo enfrentadas no mundo inteiro [..]. Cada país está enfrentando a sua maneira. O que eu entendo é que o Brasil está bem posicionado para enfrentar essa turbulência — acrescentou Haddad.
Durante a tarde, ele segue em agenda em São Paulo com encontro com banqueiros. Além de Isaac Sidney, presidente Federação Brasileira de Bancos (Febraban), participam Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco; Marcelo Noronha, presidente do Bradesco; Mario Leão, presidente do Santander Brasil; e André Esteves, Chairman do BTG Pactual.
Segundo o ministro, a reunião foi um pedido dos banqueiros, mas ele não informou quais serão os temas do encontro.