Dom, 07 de Dezembro

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IOF

Governo vê judicialização do IOF como forma de abrir negociação Congresso

Planalto pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal após parlamentares derrubarem decreto de Lula

Presidente do brasil, Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente do brasil, Luiz Inácio Lula da Silva - Foto:

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a derrubada do decreto que alterava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é uma tentativa de voltar ao jogo e abrir uma frente de negociação, dizem auxiliares do governo.

O entendimento é que a judicialização é a reação natural depois de o Congresso avançar sobre a prerrogativa do Executivo de mexer no IOF, e não um movimento de “tudo ou nada”.

A mesma estratégia já foi utilizada pelo Ministério da Fazenda em outras discussões com Câmara e Senado.

No caso atual, o governo avalia que a cúpula do Congresso rompeu o acordo firmado para resolver o impasse relacionado ao IOF. Depois do ultimato do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por uma alternativa ao decreto original, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a ler em voz alta a minuta da medida substitutiva, segundo interlocutores. Não obstante, dias depois Motta voltou à carga contra as propostas e pautou a urgência do projeto que viria a derrubar o decreto.

Para auxiliares, todos os motivos apontados nos últimos dias para explicar a reviravolta do Congresso são “pequenos” e buscam apenas desviar a atenção para o verdadeiro motivo: a antecipação da disputa eleitoral de 2026.

No entanto, a quebra do acordo e a derrota incontestável do governo na votação que derrubou o IOF, serviu para unir ministros que tradicionalmente divergem, como Haddad e Gleisi Hoffmann, chefe da Secretaria de Relações Institucionais, e uma agenda para a campanha no ano que vem: o discurso de “ricos contra pobres”.

A estratégia é reforçar agora que o governo está querendo que os bilionários, bancos e bets deem sua contribuição para que os pobres tenham uma vida um pouco mais digna.

Nesse sentido, na opinião de um interlocutor, a estratégia da oposição de “fazer um governo sangrar” acabou se mostrando um erro. Agora, ainda que a oposição seja favorita para 2026, Lula está de volta ao jogo, avaliou.

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