Economia

Greve de servidores da Adagro atinge produtores de Pernambuco

Paralisação na Adagro começou na segunda e não tem data para encerrar.

.. - Foto: Reprodução da internet

Com quase 100% de adesão, a greve dos servidores da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), que teve início na última segunda (2) e segue sem previsão de encerrar, já começa a afetar o escoamento da produção de um dos setores que mais gera riquezas no Estado - o agropecuário, responsável por 19% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017.

Na região do Vale do São Francisco, maior exportador de uvas de Pernambuco, por exemplo, produtores já estimam prejuízo com a falta da emissão da Permissão de Trânsito para Vegetais (PTV), que permite a circulação para dentro e fora do Estado da produção de frutas. . “Estamos com as nossa produção de uvas sem poder sair do Estado, pois não temos o documento da Adagro dando esse aval. E agora, como fica nossa produção?”, indaga o produtor de uvas do Vale, José Gomes, que considera a situação uma verdadeira calamidade. Para o presidente da Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale de São Francisco (Valexport), José Gualberto, a situação é inaceitável. “Estamos extremamente preocupados, pois estamos deixando de atender nossos clientes e correndo o risco de perder nossa produção. Esperamos que o Governo do Estado resolva esse problema o mais rápido possível”, argumenta. 

De acordo com o sindicato que representa a categoria, o Sinadagro - PE, a categoria questiona o não-cumprimento do acordo firmado em agosto do ano passado com a Secretaria de Administração, que estabelece, entre outros pontos, o reajuste salarial de 8% e a restruturação da tabela do plano de cargos e carreiras que está defasada em relação à outros órgãos do Estado. “São quatro anos sem nenhum reajuste salarial, o que torna praticamente inviável ter um fiscal para exercer uma atividade como a nossa”, revela o presidente do Sinadagro, Lucíolo Galindo. Ele ainda ressalta que no acordo realizado o ano passado tinha sido definido a realização de concurso público, visto que o último foi há 8 anos, o que não aconteceu até o momento. “Temos 160 fiscais, quando o quantitativo ideal seria 300”, argumenta o sindicalista que é enfático ao dizer que quem irá determinar o fim da greve será o Governo do Estado. Segundo a Adagro, há um processo de edital em andamento que prevê um certame para preenchimento de 90 vagas, porém, ainda sem previsão de quando vai ocorrer. Até onde se sabe, apenas a banca organizadora já foi definida, que será a Universidade Federal de Pernambuco.

Procurado pela reportagem, a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (Sara) informou que só iria se pronunciar após o fim da reunião com representantes de diversos órgãos para discutir e atender da melhor maneira possível as demandas da categoria, o que não ocorreu até o fechamento desta edição.

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