economia

Guedes quer que eu continue no governo e eu também gostaria, diz presidente demissionário do BB

Novaes disse que voltará para o Rio de Janeiro para ficar próximo à família

Presidente demissionário do Banco do Brasil, Rubem NovaesPresidente demissionário do Banco do Brasil, Rubem Novaes - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente demissionário do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou nesta quinta-feira (6) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, gostaria de mantê-lo na equipe econômica depois de sua saída da gestão do banco público. "O Paulo [Guedes] gostaria que eu continuasse [no governo] e eu também, mas ainda não definimos como se daria a minha participação na equipe econômica", afirmou.

Segundo Novaes, no entanto, ainda não existe nenhuma formalização sobre sua permanência no governo. "A única coisa que é certa é que a minha base de trabalho vai ser no Rio de Janeiro. Talvez no futuro, passada a fase de pandemia, o Paulo [Guedes] retome sua antiga agenda de viagens, na qual toda sexta-feira ia para a sede do antigo Ministério da Fazenda. Seria uma boa ocasião para nos encontrarmos. Mas em termos de formalização, ainda não tem nada adiantado. E isso é o que menos importa, vamos continuar juntos e ele [Paulo Guedes] vai ter que continuar ouvindo meus pitacos", disse o atual presidente do Banco do Brasil.

Novaes disse que voltará para o Rio de Janeiro para ficar próximo à família. O executivo entregou seu pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB em 24 de julho para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e para o ministro Paulo Guedes. "Tomei a decisão de passar o bastão porque entendi que está na hora de ceder o lugar para alguém mais jovem do que eu, talvez com mais energia para enfrentar os novos tempos. Venho conversando sobre isso há um tempo com o Guedes e acabei conseguindo convencê-lo de que essa é uma boa solução", disse Novaes. O executivo completará 75 anos neste mês.

Em comunicado ao mercado divulgado em julho, o Banco do Brasil afirmou que a saída de Novaes do posto de presidente deve acontecer ainda este mês. O executivo afirma, no entanto, que ainda não há uma data estabelecida. "Oficialmente ainda não chegou nada. A experiência que temos do governo é que enquanto as coisas não saem no Diário Oficial, e mesmo depois de serem publicadas, elas ainda podem mudar. Então enquanto não ficar definido, a gente ainda não sabe quando eu vou passar o bastão", disse Novaes.

O executivo escolhido pelo governo para substituir Novaes na presidência do BB foi André Brandão, do HSBC. O nome foi informalmente comunicado a dirigentes do banco pelo Palácio do Planalto. A confirmação de Brandão à frente da instituição, porém, ainda depende de um rito que deve levar em torno de uma semana.

O estatuto social estabelece que o chefe do Banco do Brasil é nomeado pelo presidente da República -portanto, cabe a Jair Bolsonaro oficializar a escolha.

O Palácio do Planalto precisa comunicar oficialmente ao BB a escolha do nome. Na sequência o banco submete o nome ao comitê de exigibilidade.

Caso seja aprovado, o nome volta ao Planalto, que publica a escolha no Diário Oficial da União. Por último, o Banco do Brasil deve informar, em fato relevante (comunicado ao mercado) o nome de seu novo presidente.

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