Haddad diz que governo só irá se manifestar sobre tarifas de Trump após anúncio oficial
O presidente dos EUA afirmou neste domingo que irá aplicar taxas de 25% sobre a importação dos produtos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o governo só irá se manifestar sobre a imposição de tarifas de importação sobre aço e alumínio pelo governo dos Estados Unidos após o anúncio oficial. Neste domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que anunciaria nesta segunda o início da aplicação de taxas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país.
— O governo tomou uma decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas. Não em anúncios que podem ser mal interpretados e revistos. O governo vai aguardar a decisão oficialmente, antes de qualquer manifestação. Vamos aguardar a orientação do presidente da República depois de as medidas serem efetivamente apresentadas — disse o ministro, em conversa rápida com jornalistas.
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A declaração de Haddad ocorreu após reunião com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, sobre o financiamento do programa Pé-de-Meia. O programa, uma das principais iniciativas sociais do governo Lula, enfrenta risco de paralisação devido à decisão do TCU de restringir o uso de recursos provenientes do Fundo Garantidor de Operações (FGO) e do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc) para financiá-lo.
Ao final de janeiro a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com recurso contra a decisão do TCU que bloqueia parte das verbas para financiar o programa social voltado a estudantes do ensino médio público inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). A avaliação do recurso do governo está na pauta da sessão do TCU de quarta-feira à tarde.
O TCU argumenta que esses fundos, por conterem participação privada, devem ser incluídos no Orçamento da União antes de serem destinados ao programa. Do outro lado, a AGU argumenta que não há ilegalidade no uso dos fundos e alerta que o bloqueio de cerca de R$ 6 bilhões pode comprometer a continuidade do programa, prejudicando milhares de estudantes.

