IBGE vai passar a investigar segurança alimentar anualmente. Cad Único prevê integrar dados do Censo
Secretária prevê que, até junho, cerca de 80% dos dados do sistema sejam georreferenciados com base no Censo Demográfico
Compromisso número 1 do presidente Lula, o combate à fome está sendo reforçado pelas instituições públicas do país. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) vai passar a investigar anualmente a situação de segurança alimentar no Brasil, afirmaram autoridades nesta quinta-feira. Até agora, o levantamento que dimensiona a situação da fome no país foi apurado pelo órgão com certos intervalos: 2004, 2009, 2013, 2017-18 e 2023.
Além disso, o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) passará a ter, até junho, quase 80% de seus dados georreferenciados com base no Censo Demográfico 2022.
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Em coletiva com jornalistas para divulgação dos dados sobre insegurança alimentar em 2023 nesta quinta-feira, autoridades celebraram a queda da fome no país, mas firmaram novos compromissos para os próximos meses.
— Ao mesmo tempo que a gente celebra com muita emoção o resultado (de 2023), reste claro que a gente não vai parar. O trabalho só começou. A pesquisa (sobre insegurança alimentar) ocorrerá anualmente para que possamos avaliar os resultados, corrigir rotas e celebrar se for o caso. Mas manter a transparência do trabalho que tem sido feito — afirmou Letícia Bartholo, secretária de avaliação, gestão da informação e cadastro único, a jornalistas.
Segundo Letícia, georreferenciar os dados de pobreza e vulnerabilidade o Cadastro Único permitirá aprimorar o atendimento aos mais pobres. O CadÚnico é o principal instrumento do governo para identificar famílias brasileiras de baixa renda e permitir a elas acesso aos programas sociais.
— Agregar o setor censitário aos dados possibilita melhorar o acerto de foco e a própria gestão. Vamos poder não só agir naqueles locais, mas também observar diversas dimensões de pobreza.
Lacuna de dados
O nível de insegurança alimentar no país não foi investigado pelo IBGE durante o período da pandemia de Covid-19, por exemplo. Pesquisadores da Rede Penssan utilizaram a Escala Brasileira de Segurança Alimentar (Ebia) do instituto e, com amostra e questionário menor e não diretamente comparável com as pesquisas do órgão, conseguiram trazer informações sobre o nível de insegurança alimentar das famílias durante a pandemia.
Agora, o IBGE quer trazer mais periodicidade à pesquisa. A mais recente foi realizada em 2023 por meio da Pnad Contínua, que voltou a mensurar a fome e a insegurança alimentar no país após cinco anos sem dados do IBGE - a anterior, que mediu insegurança alimentar, foi a Pesquisa de Orçamentos Familiares em 2017-2018.