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Economia

iFood se inspira em Spotify e Netflix para tentar atrair clientes indecisos

App irá listar restaurantes levando em conta a localização e o tipo de cozinha que oferecem

Reunião da executiva estadual do PMDBReunião da executiva estadual do PMDB - Foto: Mandy Oliver/Folha de Pernambuco

O iFood, maior empresa de delivery pela internet do Brasil, se inspirou em ferramentas de curadoria e recomendação usadas em serviços como Spotify e Netflix para lançar seu sistema com lista de indicações de restaurantes e ajudar indecisos a escolher o que comer.

Nos aplicativos da empresa para Android e IOS (sistema operacional da Apple), em seção chamada "Descobrir", os usuários começaram a encontrar nesta semana listas de restaurantes de acordo com ocasiões e preços. Há promoções, dicas além do seu bairro, para quem tem pressa, para novatos.

Os clientes da empresa também podem criar suas listas privadas e gravar restaurantes favoritos. Esse é um dos principais movimentos da empresa, fundada em 2011, que busca se expandir ainda mais pelo Brasil. A companhia estima fechar o ano com 3 milhões de pedidos mensais realizados e atingir o índice de 5 milhões em 2017.

Paulo Floriano, diretor de inovação e experiência de usuários do iFood, diz que atualmente o aplicativo funciona bem para clientes que já sabem o que querem comer. Para ele, as listas ajudam os usuários que ainda não se decidiram a conhecer novos restaurantes. Com isso, diminuem as chances de um usuário, após fazer buscas no app, não achar nada que lhe interesse.

Segundo a empresa, menos de 50% dos novos usuários fazem um pedido no momento em que instalam o app. "A gente tem 13 mil restaurantes em nossa base. É uma variedade muito grande, mas representa também um problema. Muitas vezes o cliente fica confuso se não sabe o que pedir."

Porém há uma diferença fundamental entre as seleções feitas por serviços de música e o delivery de comida: enquanto os primeiros podem criar playlists genéricas para todos, no segundo caso, as listas precisam ser diferentes para cada cidade (e até mesmo bairro) onde a empresa atua.

Por isso, parte das listas será feita de modo automático, levando em conta os restaurantes próximos ao cliente e o tipo de cozinha que oferecem, e parte manualmente, dependendo da avaliação da equipe do iFood sobre em qual categoria cada um é mais apropriado. "O grande desafio é trazer listas relevantes para o usuário, algo que faça sentido no contexto dele", afirma Felipe Fioravante, presidente e cofundador do iFood.

Fioravante diz que a companhia cresceu em média 200% ao ano em seus últimos cinco anos. "No pico da crise [entre 2015 e 2016] crescemos 160%." Segundo ele, a expansão é possível em momento ruim da economia por ela estar baseada, principalmente, em uma mudança cultural com impacto maior do que a crise: a troca do pedido por telefone pelo feito a partir da internet.

Ao observar os restaurantes que fazem entregas a partir do iFood, Fioravante afirma ter ocorrido movimentos bons e ruins para a empresa. De um lado, procurando formas de aumentar sua lucratividade, mais restaurantes se interessaram por começar a oferecer delivery. "Eles têm buscado outras formas de monetizar. Ficou mais claro que o delivery é uma forma de ganhar dinheiro a mais. De outro, abalados pela economia fraca, muitos acabaram fechando as portas, diz.

A empresa alcançou seu posto de liderança no mercado brasileiro depois de 10 fusões e aquisições de outras companhias -entre competidores regionais e nacionais (incluindo HelloFood e Restaurante Web). A meta é saltar dos 13 mil restaurantes atuais e alcançar a marca de 25 mil até março do próximo ano (a empresa analisa seus resultados anuais a partir deste mês).

Segundo Fioravante, a estratégia de comprar rivais foi adotada por permitir uma expansão rápida a novas regiões e porque, neste mercado, quanto maior o número de restaurantes cadastrados em uma plataforma, mais opções o cliente tem e mais competitiva é a empresa, em consequência.

INTERNACIONAL

Atuando em 150 cidades no Brasil, o iFood iniciou na metade deste ano suas primeiras operações internacionais na Argentina, na Colômbia e no México. São cerca de 200 mil pedidos por mês fora do Brasil e 4.000 restaurantes somados.

Entre os desafios para atuar nesses mercados, Fioravante destaca uma menor cultura de compra de comida por delivery nesses países do que no Brasil e a penetração baixa de cartões de crédito por lá. "Lá, você tem mais acesso a comida de rua, restaurantes. Não é só trabalhar para que o pedido que o cliente já faz por telefone seja feito no on-line."

Além disso, por não existir uma cultura de delivery tão forte, são poucos os restaurantes que possuem entregadores e motos. É comum que as entregas sejam feitas a pé ou de bicicleta, o que diminui o raio de atuação dos estabelecimentos, diz. Outra barreira é o forte posicionamento de grandes marcas e redes. "No México, por exemplo, são muito fortes. É preciso tê-las ao seu lado", afirma Fioravante.

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