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Economia

Indisciplina fiscal ameaça queda da pobreza, afirma Banco Mundial

Brasil é um dos cinco países destacados no relatório como um dos que registraram maior sucesso na redução da desigualdade

Anderson teve um encontro informal com os vereadores eleitosAnderson teve um encontro informal com os vereadores eleitos - Foto: Divulgação

Embora a redução da pobreza e da desigualdade no Brasil sejam "inegáveis", os avanços estão sob risco devido ao cenário externo desfavorável e a indisciplina fiscal dos últimos anos, alerta o Banco Mundial em relatório divulgado no fim de semana. "A mudança na economia global, o fim do boom nos preços das commodities e algumas escolhas políticas (incluindo, notadamente, a fragilidade da disciplina fiscal), atualmente ameaçam o sucesso recente do Brasil na redução da desigualdade de renda", diz o relatório.

O Banco Mundial acrescenta que a retomada do investimento e da produtividade que inclua serviços produzidos por trabalhadores de baixa qualificação é uma precondição para proteger a renda da população mais vulnerável. "Caso contrário, o declínio da desigualdade no Brasil, associado a decisões sobre o salário mínimo, transferências sociais e mudanças na demanda trabalhista, corre o risco de ter vida curta."

O Brasil é um dos cinco países destacados no relatório como um dos que registraram maior sucesso na redução da desigualdade. Entre 2004 e 2014, a parcela da população que vivia com menos de US$ 1,90 por dia no Brasil caiu de 11% para 3,7%. "Apesar desses avanços, o país ainda é extremamente desigual, os 40% mais pobres têm 12% da renda total, enquanto que os 20% mais ricos têm 56 %", afirma o estudo do organismo.

Em termos globais, apesar da desaceleração econômica mundial observada desde a crise financeira de 2008, a principal conclusão do estudo é que a extrema pobreza continua em queda na maioria dos países e que o planeta tornou-se menos desigual nos últimos anos. O crescimento de países como Brasil, China e Índia nos últimos 30 anos levou à maior queda na desigualdade desde a Revolução Industrial. Esse movimento tem sido contínuo: em 2013, 767 milhões de pessoas viviam abaixo da linha de pobreza, (menos de US$ 1,90, ou R$ 6,1 por dia), menos que os 881 milhões no ano anterior.

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