Indústria critica reajuste no custo da energia
Expectativa do setor industrial era de redução de 1,28%. Aneel fixou alta e frustou empresariado
Pouco mais de um mês depois de realizar audiência no Recife, quando se cogitou baixar o custo da energia para as indústrias atendidas pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) em 1,28%, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou incremento médio de 4,85% para o segmento de alta tensão.
O presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Fernando Teixeira, disse ter sido surpreendido com o anúncio. “Não esperávamos, pois se falava em decréscimo. Vamos estudar como a situação vai ficar para então tomarmos alguma decisão”, declarou.
Quando a Aneel realizou a audiência pública na Fiepe, no começo de março deste ano, o presidente da Instituição, Ricardo Essinger, disse, na ocasião, que não estava satisfeito com a evolução da tarifa nos últimos anos. É que a despesa é uma das mais onerosas para a atividade, e, quanto mais elevada estiver, mais impacto sentirá o bolso do consumidor final. Ele defendeu também a criação de um marco regulatório para o setor elétrico na tentativa de, no futuro, o ambiente de negócios no País se manter estável e atrair grandes investimentos.
Para o diretor da Thymos Energia, Ricardo Savoia, os aumentos sucessivos se devem ao represamento da tarifa em 2012, quando, de maneira artificial, o Governo Federal tentou reduzir a tarifa mesmo diante de um crítico cenário hidrológico. “O consumo de energia atingiu o ápice em 2013 e, desde essa época, vem caindo.
Agora é que vemos uma leve recuperação no aumento dessa demanda. No entanto, quando se projeta recuperação da economia, um dos maiores custos para o setor continua subindo (a energia). Diante de tantas incertezas, sem dúvidas, isso pode impactar a produtividade e gerar reflexo negativo para a economia do País”.
Segundo o presidente da Associação Lojistas dos Shoppings de Pernambuco (Aloshop-PE), Ricardo Galdino, a elevação chega num momento em que a situação não anda nada boa para o segmento, um dos maiores consumidores de energia do País. “Acumulamos resultados negativos desde 2014 sem repassar para o consumidor final. Nessa conjuntura, aumento não cabe”, desabafa. A decisão da Aneel, portanto, começa a valer já a partir do próximo sábado.
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