Inovações que poderiam baratear seguro do carro em até 50% são paralisadas na Susep
No final de 2021, indicada de Guedes, com olhar mais liberal, deu lugar a candidato apoiado pelo Centrão no comando da superintendência
A troca no comando da Susep, que regula o mercado de seguros no Brasil, no final do ano passado, freou uma agenda de inovações que prometia uma revolução no setor, alterando os rumos da regulação.
A principal aposta da agenda da ex-superintendente Solange Vieira foi o Open Insurence (que consiste no compartilhamento de dados de clientes para aumentar a concorrência). Estimativas da Susep mostravam que a chegada do novo modelo levaria à redução de 30% a 50% no preço do seguro de automóveis. A implementação, no entanto, foi adiada do fim deste ano para meados de 2023, e analistas preveem impacto no mercado só a partir de 2024.
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Solange foi indicada para o cargo em 2019 pelo ministro da Economia Paulo Guedes, para alavancar uma agenda liberalizante de abertura dos mercados e modernização do segmento. No final de 2021, foi substituída por Alexandre Camillo, empresário oriundo da corretagem e aliado do Centrão, que vem adiando a implementação das pautas estudadas na gestão anterior.
A agenda liberalizante, porém, desagradou representantes de seguradoras e corretores, segmento de Camilo. Desde que assumiu a superintendência, concentrou esforços para defender a manutenção do DPVAT, o seguro obrigatório de danos pessoais para veículos que está em estudo no governo, e o Open Insurence ficou em segundo plano.
Entenda mais sobre como a mudança no comando da Susep no final de 2021, agora chefiada por um aliado do Centrão, pode adiar mudanças de peso no setor em matéria do Globo exclusiva para assinantes.