Pernambuco
Intenção de consumo dos pernambucanos tem quarto recuo consecutivo em julho
O índice continua na zona de avaliação negativa, condição constante desde agosto de 2015
O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) pernambucanas, calculado mensalmente pela Confederação Nacional de Comércio (CNC), teve seu quarto recuo consecutivo em julho. O indicador atingiu os 54,7 pontos, ante 59,1 de junho de 2020 (-7,4%) e 77,3 do mesmo período do ano anterior (-29,2%). A intenção de consumo continua na zona de avaliação negativa, abaixo dos 100 pontos, condição constante desde agosto de 2015. O cálculo serve como um antecedente do consumo a partir do ponto de vista dos consumidores, onde crescimentos no indicador significam um aumento no consumo das famílias para o período indicado.
O indicador é utilizado para medir a avaliação que os consumidores fazem sobre a capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, segurança no emprego e qualidade de consumo presente e futuro.
De acordo com o economista da Fecomércio, Rafael Ramos, o tempo na zona negativa indica que as famílias ainda não se recuperaram da crise econômica do biênio 2015/2016. Ele também pontuou que, além da crise do novo coronavírus, a situação do mercado de trabalho, o endividamento alto e o crédito caro são fatores importantes que desincentivam o nível de consumo das famílias em Pernambuco. “É importante observar que mesmo aquelas pessoas que não foram tão afetadas economicamente pela atual conjuntura, tiveram o nível de consumo reduzido por influência da atmosfera ainda conservadora, mesmo após o plano de reabertura do comércio e menor rigor do isolamento social”, pontua.
Ele adiciona e diz que a injeção significativa do auxílio emergencial em Pernambuco, que alcançou R$2,2 bilhões, não foi suficiente para manter um nível de consumo alto o suficiente para retomar a confiança local em relação às compras, e que a reabertura do comércio é uma ação que vem atuando como amenizador do baixo consumo.
Leia também
• Pesquisa na China mostra dez tendências de consumo pós-quarentena
• Preço da cesta básica cai em junho em 10 capitais
• Governo propõe trocar PIS/Cofins por novo imposto de 12% sobre consumo
Em um recorte de renda, verifica-se que as famílias com renda abaixo e acima de 10 salários mínimos registraram queda no nível de consumo. Entretanto, o primeiro grupo continua com os 52,8 pontos, enquanto a população com renda superior a 10 salários mínimos encerrou o mês com 74,9 pontos.
Para o mês de agosto, Rafael diz que é aguardada uma intenção de consumo com movimento de estabilidade ou de leve alta, já que o plano de retomada dos negócios e o menor isolamento social deve afetar o resultado, além da comemoração do dia dos pais, data importante para o comércio.
Veja também

Benefício
Secretários de Fazenda apelam ao Congresso pela prorrogação do auxílio emergencial
