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Economia

Investimento no País é estratégico

E a saída encontrada por muitas foi colocar seus ativos à venda, muitas vezes por preços bem abaixo do esperado

Luciana SantosLuciana Santos - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

 

Apesar de inesperado, o momento escolhido pela Brookfield para ampliar sua participação no Brasil é estratégico. Especialistas lembram que, com a recessão, muitas empresas perderam fluxo de caixa e acabaram em recuperação judicial. E a saída encontrada por muitas foi colocar seus ativos à venda, muitas vezes por preços bem abaixo do esperado.

“O valor das empresas brasileiras caiu de uma forma geral, mas tendem a se revalorizar quando os investidores observarem melhorias na economia brasileira. Por isso, agora, a Brookfield está comprando ações que estão baratas, mas podem duplicar de valor em até um ano”, explica o professor da Cedepe Business School, Tiago Monteiro. “Isso fica claro se percebermos que as duas empresas negociadas - Petrobras e Odebrecht - estão em dificuldades econômicas por uma gestão ruim ou pelo envolvimento na Lava Jato”, completa o professor de administração do Ibmec/MG Eduardo Coutinho, lembrando que o negócio ainda se torna mais vantajoso pela cotação do dólar.

“Essas empresas trabalham com dólar. E cada dólar trazido para o Brasil vale R$ 3,20. Is­­­­so barateia ainda mais os ativos”, diz Coutinho.

“A atual escassez de capitais cria um ambiente de investimento atraente”, confirma a própria Brookfield em comunicado recente, no qual ainda diz acreditar na recuperação e no potencial de longo prazo do Brasil. Porém, a preferência pelo País também não é estranha se observada a história da empresa. O fundo de investimento nasceu aqui, quando os canadenses William Mackenzie e Frederick Pearson instalaram sistemas de iluminação pública e de transporte coletivo movido a energia elétrica em São Paulo.

Hoje, o fundo também é acionista da empresa de concessões rodoviárias Arteris e da de logística VLI. Com isso, mantém parques eólicos, usinas hidrelétricas e de biomassa, edifícios empresariais, shoppings, rodovias pedagiadas, ferrovias, planta­­­ções agrícolas e florestas de eucaliptos. Os negócios estão espalhados por todo o País, mas só ago­­­ra chegam a Pernambu­­­co pela Odebrecht Ambiental.

 

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